Câmara de Lisboa quer distinguir mais 48 estabelecimentos enquanto "Lojas com História"
A proposta, à qual a agência Lusa teve acesso, refere que compete ao grupo de trabalho constituído para o efeito a apreciação das candidaturas a esta distinção.
Depois de uma "visita ao local, entrevista ao proponente e promoção da junção dos elementos adicionais que considerar pertinentes", este grupo "elabora a informação conjunta, com proposta de atribuição ou de não atribuição da distinção, com fundamento na demonstração da pontuação obtida face aos critérios estabelecidos, consoante a loja manifeste ou não potencial para ser distinguida".
A proposta aponta que a 18 de dezembro foi submetido à apreciação do grupo de trabalho um conjunto de 48 lojas para serem distinguidas, tendo o grupo decidido que todos estes estabelecimentos reúnem "os requisitos para atribuição da distinção".
Da lista constam nomes como a Companhia Nacional de Música, a Pastelaria Suíça, a Garrafeira Nacional, a Papelaria Fernandes ou o restaurante Vá-vá.
O documento -- assinado pelo vice-presidente, Duarte Cordeiro, e pelos vereadores do Urbanismo (Manuel Salgado) e da Cultura (Catarina Vaz Pinto) - observa também que foram ouvidas as Juntas de Freguesia onde estão localizados os estabelecimentos, e que "recolhidas as participações não se registam pronúncias desfavoráveis ou quaisquer condicionantes ao reconhecimento".
"Assim, encontram-se reunidas as condições para submeter a consulta pública as propostas de reconhecimento", continua o texto, que acrescenta que "após o decurso do prazo de consulta pública, o qual decorrerá por um período de 20 dias úteis, será elaborado relatório, ponderando-se todas as participações recebidas, submetendo-se a deliberação da Câmara Municipal a aprovação definitiva da atribuição das distinções".
No encontro, a vereação de maioria socialista irá debruçar-se também sobre a transferência de 40 mil euros para o Patriarcado de Lisboa, destinados "à requalificação da sala de exposições temporárias do Mosteiro de São Vicente de Fora", através de um protocolo celebrado entre as duas partes.
A proposta da autoria da vereadora da Cultura elenca que "o Mosteiro de São Vicente de Fora é um dos mais importantes exemplares da arquitetura maneirista em Lisboa pela sua imponente implantação, autoria da traça arquitetónica, escala e dimensões incomparáveis, dignidade dos espaços interiores e da história associada aos mesmos".
O texto elenca que o mosteiro é "composto pela Igreja de São Vicente de Fora, classificada como Monumento Nacional em 1910, e pelo Paço de S. Vicente, classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944, sendo tutelado pelo Patriarcado de Lisboa", e "dispõe de diversas áreas visitáveis".
A requalificação do núcleo museológico "visa criar um percurso museológico que contemple a visita e a interpretação de todo o antigo espaço monástico", constituindo um projeto que "tem estado a ser concretizado de forma faseada".
Para a "sala de exposições temporárias do 2.º piso está projetada a requalificação de todo o espaço expositivo e a sua adequação a vários tipos de utilização", acrescenta a proposta.
A Câmara de Lisboa advoga que este projeto "contribuirá para a diversificação da oferta cultural em Lisboa e dará um novo contexto a um acervo museológico de inestimável valor patrimonial, permitindo a sua fruição pelos lisboetas e pelos que visitam a cidade".