A Assembleia Municipal de Lisboa (AML) aprovou hoje, por unanimidade, a proposta que permite, e limita as verbas, para a contratação de prestação de serviços de "apoio técnico, político e administrativo dos gabinetes de apoio à Mesa da Assembleia, aos grupos municipais com representação na Assembleia e aos deputados independentes, bem como ao presidente e a vereadores da Câmara Municipal de Lisboa"..A proposta já havia sido aprovada, também por unanimidade, na última reunião privada da Câmara Municipal de Lisboa, a 23 de novembro..Os valores apresentados em anexo são proposta da AML, depois de "ouvida a conferência de representantes", refere o documento, acrescentando que "os limites remuneratórios brutos anuais, devidamente atualizados face à reposição de vencimentos entretanto ocorrida, foram fixados pela câmara"..No final do mandato anterior, estavam previstos 74.613 euros mensais para assessores e secretários dos eleitos municipais, valor a que acresciam 17.812,50 euros para o apoio à presidente da AML e aos dois secretários da mesa..Para este mandato, os apoios terão um limite de 80.992,25 euros para assessores e secretários dos 10 grupos municipais e mais 20.615 euros para o apoio à mesa..Desta forma, e de acordo com os documentos que os deputados irão apreciar, o limite deverá passar dos 92.425,50 euros atuais, para os 101.607,25 euros propostos..Depois de os valores terem sido noticiados pelo jornal Sol no passado fim de semana, gerou-se alguma indignação, à qual o vereador João Paulo Saraiva respondeu na reunião de hoje, apontando que esta é uma "proposta que tem sido submetida aos órgãos municipais ao longo de mais de uma década e meia"..A autorização "permite a contratação de pessoas que prestam apoio" aos deputados e aos vereadores, elencou o autarca, salientando que Lisboa é um município "que tem seis vezes mais orçamento e complexidade que o município que se segue, o do Porto"..Estas pessoas "possibilitam que tenhamos uma Assembleia Municipal que não tem paralelo no panorama nacional no número de documentos analisados, propostas feitas, reuniões realizadas, comissões, de responsabilidade e profissionalismo ao nível daquilo que são as necessidades do município", e permite a este órgão deliberativo "escrutinar de forma real aquilo que é a atividade do executivo, aumentado certamente a transparência daquilo que são os atos municipais", advogou João Paulo Saraiva.."Quem quer fazer conta sobre quanto é que a democracia e o apoio técnico, político e administrativo custam ao município tem de as fazer bem, e eu recomendo aqueles que as fazem que as façam com verdade e que façam verdadeiras comparações, e não tentativas demagógicas de enlamear tudo e todos", vincou..Questionada pela agência Lusa, a presidente da AML, Helena Roseta, não quis alongar-se em comentários, tendo advogado apenas que esta proposta "estabelece um limite máximo que cada grupo municipal tem para constituir o gabinete de apoio", sendo que "são os eleitos que escolhem quantas pessoas são contratadas, e o valor é dividido" pelas mesmas.