Caixa Galicia entra na Galp pela mão do grupo Amorim

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A Caixa Galicia é o terceiro vértice do agrupamento comandado pelo grupo Amorim para a compra de uma posição de controlo de cerca de 32% na Galpenergia, soube o DN de fonte ligada ao processo. A Caixa Galicia, que no início do ano tinha desinvestido em activos bancários, aproveitou o encaixe para entrar na área da energia, tendo a oportunidade da Galp surgido agora. Segundo o DN apurou, a Caixa Galicia poderá ficar com um pouco menos de 5% da Galp. A sociedade instrumental do banco galego é a Investimentos Ibéricos, na qual Américo Amorim tem a maioria do capital.

A entrada da Caixa Galicia surge na mesma altura em que a Unión Fenosa se prepara para atacar o mercado português. É que, coincidência ou não, o banco é o segundo maior accionista da Unión Fenosa, com cerca de 10,5% do capital. Agora que Florentino Perez, o mediático presidente do Real Madrid, se prepara para obter uma minoria de controle da Unión Fenosa, a terceira maior eléctrica espanhola precisa decisivamente de crescer, e Portugal é o seu mercado-alvo natural.

Segundo fonte oficial da Unión Fenosa, contactada pelo DN, a empresa está atenta, quer à possibilidade de crescer em Portugal através da Galp, quer por meios próprios, quer numa parceria com a EDP. Esta última é a hipótese favorita. A Unión Fenosa já tem contactos com o grupo EDP, através da Hidrocantábrico, mas do lado de cá da fronteira apenas comercializa electricidade, tendo neste momento cerca de 4% do mercado liberalizado e ambicionando chegar aos 12%. Confrontada com o problema accionista que seria conviver com a Iberdrola (accionista da EDP), a mesma fonte diz-se empenhada em "combater a Iberdrola". "A Unión Fe- nosa é uma empresa que sabe estabelecer parcerias, a Iberdrola não, quando entra é para dominar", diz.

O actual interesse da Unión Fenosa na EDP surge vários anos depois de, numa óptica do então futuro mercado ibérico, se ter falado, no sector, de que a parceria faria todo o sentido. Trata-se de dois players peninsulares de dimensão média, quando comparados com os dois maiores, a En- desa e a Iberdrola. Segundo o DN apurou, a estratégia de aproximação ao mercado português só se tornou possível depois da saída do Santander (que vendeu à ACS de Florentino Perez), já que o banco cantábrico não estava interessado na expansão do negócio. Com a ACS, podem começar a "olhar de frente" para o mercado nacional, disseram as fontes.

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