PSD espera que Governo deixe cair o troço Poceirão/Caia
O PSD considerou hoje que o Governo chegou tarde à decisão de anular o concurso para a construção da linha de alta velocidade Lisboa-Poceirão, esperando agora que seja consequente e deixe cair também o troço Poceirão-Caia.
A posição foi transmitida aos jornalistas, na Assembleia da República, pelo coordenador da bancada do PSD para as questões de obras públicas, numa declaração em que desafiou igualmente o executivo socialista a renegociar as parcerias público privadas no sector rodoviário.
José Costa reagia à decisão do Governo de anular o concurso público internacional relativo à construção da linha do Transporte de Grande Velocidade (TGV) no troço Lisboa-Poceirão, que consta de um despacho publicado hoje em Diário da República.
A decisão do Governo é justificada com a "significativa e progressiva degradação da conjuntura económica e financeira" de Portugal, situação decorrente da "grave e conhecida crise financeira mundial".
Para Jorge Costa, "o Governo tomou finalmente uma decisão relativamente ao lanço de TGV entre Lisboa e Poceirão, em relação ao qual o PSD sempre disse que o país não tinha condições financeiras para assumir os elevados encargos".
"O Governo chega tarde e a más horas a todo este processo, porque as condições financeiras que o país não tem para assumir este tipo de projectos não são diferentes daquelas que se verificavam em maio passado, quando o executivo socialista andou a tomar decisões sobre outros grandes projectos", apontou o coordenador da bancada social democrata para as questões de obras públicas.
A partir de agora, segundo Jorge Costa, "o PSD espera que o Governo seja consequente, porque se não tem condições financeiras para o projecto de TGV [entre Lisboa e Poceirão], naturalmente também não tem condições para o lanço entre Caia e Poceirão".
"O TGV é feito para unir grandes cidades e todos sabemos que Caia e Poceirão não dispõem desse estatuto", acrescentou Jorge Costa.
O dirigente do PSD adiantou ainda esperar que o Governo "seja consequente com a renegociação de outras contratos que trazem elevados encargos ao país, nomeadamente as concessões no âmbito das parcerias público-privadas".
"Verificamos que o Governo, cada vez que vai a Bruxelas, chega a Lisboa e toma decisões deste tipo. Não sabemos se decisões relativamente a outros lanços estão ou não dependentes de novas idas a Bruxelas, mas esperamos que o Governo seja responsável e, de uma vez por todas, tome as medidas que são urgentes, porque há falta de condições financeiras para prosseguir com estes projectos", frisou.