Buenos Aires, uma cidade sitiada pelo G20

É em alerta máximo que os chefes de Estado e de governo dos países do G20 e outros dignitários convidados são recebidos no centro de convenções Costa Salguero, à beira do rio da Prata, numa área cortada do resto da cidade por uma autoestrada, uma linha férrea e um cordão policial.
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Para garantir a segurança da 13.º reunião dos líderes das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, nesta sexta-feira e sábado, estão 22 mil polícias em serviço. Parte da capital argentina está interditada, estações de metro e um aeroporto estão fechados, e a restante oferta de transportes públicos afetada.

A Argentina recebe pela primeira vez na sua história um evento com tantos líderes mundiais, como o norte-americano Donald Trump, o russo Vladimir Putin, o chinês Xi Jinping, ou o indiano Narendra Modi.

Feriado e manifestações

O primeiro dia da cimeira foi declarado feriado em Buenos Aires, onde residem uns três milhões de habitantes e entra diariamente um número semelhante oriundo dos subúrbios. Muitas pessoas na capital devem aproveitar a oportunidade para fazerem em fim de semana prolongado. Mas não podem sair de comboio nem de avião, pelo menos no aeroporto Jorge Newbery, conhecido como aeroparque, e situado na área encerrada aos porteños. Um passeio até Sacramento, no Uruguai, também se torna difícil porque uma das linhas de ferry opera também na zona interditada.

Mas há quem fique para se manifestar contra a reunião, que congrega não só os países que reúnem 85% do PIB mundial, como alguns representantes de regimes autoritários, ou contra o Reino Unido, que não abdica das Malvinas/Falkland.

"A ideia é que é uma reunião pacífica e pacífica que todos os que querem manifestar-se possam fazê-lo em paz, não em violência", alertou a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.

Outros vão para as ruas contra a presidência de Mauricio Macri. A Argentina continua a atravessar uma crise económica, com o peso a desvalorizar em relação ao dólar, a inflação a crescer e uma recessão no horizonte - a ponto de o FMI ter concedido em setembro um empréstimo de 50 mil milhões de dólares.

Para garantir a segurança da cimeira, a China doou material para equipar as forças de segurança: motociclos, camiões concebidos para instalar barreiras antimotim, veículos blindados e detetores de explosivos.

Além dos agentes da polícia local há que contar com mais 2.000 agentes de segurança das delegações estrangeiras.

As delegações totalizam 15 mil pessoas, das quais 3.000 são profissionais da comunicação social. Só a delegação dos Estados Unidos reúne 800 pessoas. A demonstração de força norte-americana inclui oito aviões (alguns militares) estacionados no vizinho Uruguai, na outra margem do rio da Prata. Além disso, as águas estão a ser vigiadas pelo contratorpedeiro USS Ramage.

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