Brisa recebeu este ano 35 queixas de utentes por apedrejamentos
Fonte oficial da rede Brisa - que inclui a Brisa, a Brisal e a Auto-Estradas do Douro Litoral - disse lamentar quaisquer danos pessoais que possam decorrer destas situações e confiar "na capacidade dos órgãos de polícia para identificar e deter os autores destes crimes".
Na segunda-feira foi apresentada à Brisa uma reclamação na sequência do apedrejamento a uma viatura ligeira que causou ferimentos na cabeça de uma criança de cinco anos. O menor viajava no banco de trás no carro da família. Seguiam no sentido norte/sul da A1, quando os pais se aperceberam de um "enorme estrondo" na passagem sob um viaduto ao quilómetro 282, na zona de Santa Maria da Feira. Pensaram que o vidro de trás tivesse rebentado. "Quando o meu marido olhou para trás, viu que afinal era o vidro do lado direito que estava partido. Vimos o menino cheio de sangue e foi o pânico", contou ao DN Ana Figueiredo, mãe da criança. O menino, atingido por uma pedra "do tamanho de um ovo", foi suturado e levou cinco pontos.
Ana pretende que sejam atribuídas responsabilidades. "Já fiz reclamação à Brisa, apresentei queixa na GNR e estou também a tentar fazer queixa contra o 112, que não respondeu de imediato ao pedido de socorro, obrigando a que tivesse sido eu a transportar o meu filho ao hospital", disse ao DN.
"Tais factos configuram questões de ordem pública de natureza criminal, imputáveis a quem os pratica", reagiu a fonte da Brisa contactada pelo DN.
A lei prevê que o crime de lançamento de projéctil contra veículo em movimento seja punido com pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias. Se, em consequência do acto forem atingidos veículos e pessoas, o autor pode ainda ser punido pelos crimes de homicídio, ofensa à integridade física (se apenas resultarem danos corporais) ou dano patrimonial.
O DN soube que as investigações para identificar o autor do apedrejamento que feriu a criança de cinco anos prosseguem mas ainda ninguém foi identificado. Ana Figueiredo defende que "a colocação de redes pode evitar estas situações". Fonte da Brisa disse ao DN que nos viadutos onde estas situações se repetem são colocadas redes, como forma de prevenção. "A prevenção é feita de forma voluntária porque as passagens superiores - viadutos - não integram a rede Brisa", revela a mesma fonte.
De Agosto de 2008 a Junho de 2009, a Associação de Defesa do Consumidor (Deco) recebeu 86 queixas referentes a problemas com as concessionárias portuguesas de auto-estradas.