Brasil/Eleições: Mais candidatos usam patente militar como argumento eleitoral

Um total de 533 candidatos optaram por incluir as suas patentes ou graduações militares no nome de urna para as eleições de 2018, um aumento de 39% em relação a 2014, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral.
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Além do Cabo Daciolo (Patriota) e do General Mourão (vice-presidente de Bolsonaro), que figuram nas eleições presidenciais, a esmagadora maioria dos candidatos que usa graduações militares das Forças Armadas, Polícia ou Bombeiros Militares, concorre a deputado estadual, com 313 candidaturas registadas em todo o Brasil.

Levantados pelo Estado com base em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os números de 2018 também chamam atenção para a influência de Jair Bolsonaro (PSL) neste cenário.

O Partido Social Liberal (PSL) é, de longe, o que tem mais candidatos com graduações e patentes militares nas urnas: 135, contra apenas 37 do segundo colocado, o Patriota, encabeçado pelo Cabo Daciolo, segundo o jornal Estadão.

"É a onda Bolsonaro, nosso líder maior. Foi o que mais chamou atenção para atrair candidatos militares", afirmou o deputado federal Major Olímpio (PSL-SP), um dos seis militares que concorrem ao Senado.

Apesar de influenciar outros candidatos, Bolsonaro optou por não usar o seu cargo militar no nome político.

Chamado de "mito" e "herói" pelos seus apoiantes e de "perigo à democracia" por críticos e adversários, Jair Bolsonaro, de 62 anos, está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar -- regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Bolsonaro iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.

Ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país tem sido envolvidas em escândalos de corrupção.

Quanto aos partidos que menos militares têm como candidatos em 2018, são eles o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), com apenas um candidato cada.

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