Brasileiros divididos sobre o resultado do julgamento de Lula da Silva
Lula da Silva será julgado na quarta-feira por um tribunal de recurso, em que o ex-Presidente tenta reverter uma condenação de nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais.
O julgamento realiza-se no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), na cidade brasileira de Porto Alegre, que analisará o pedido de anulação da sentença contra o ex-chefe de Estado brasileiro.
Para a estudante de recursos humanos Gabriela Torres, de 21 anos, as provas que levaram à primeira condenação de Lula da Silva são fortes e, por isto, ele deve ser condenado novamente no tribunal de recurso.
"As provas desfavorecem-no e tudo indica que ele [Lula da Silva] tem culpa. Creio que ele deve ser considerado culpado pelos seus erros", disse.
O administrador de empresas Evaristo Motta Junior, de 53 anos, concordou e acrescentou que "diante de tantas denúncias, não é possível que ele [Lula da Silva] não esteja envolvido".
Já a estudante Denise Fernandes Pretel, de 23 anos, afirmou que o ex-chefe de Estado brasileiro não deve ser condenado.
"O Lula [da Silva] não deve ser condenado. Ele deve ser absolvido em todos os julgamentos que estão sendo abertos contra ele. Lula foi muito bom [Presidente], fez muita coisa pela população, tirou muita gente da miséria e da pobreza. O Brasil encontra-se numa situação muito melhor hoje em dia", avaliou a estudante.
O professor Anderson Lima também defendeu a absolvição e referiu à Lusa que a população brasileira está desinformada sobre o processo contra Lula da Silva.
"O povo brasileiro não sabe nem o que aconteceu direito. Vejo que nós, o povo brasileiro, não temos informações sobre o que está acontecendo (...) Vejo [o julgamento] como uma briga secreta que está acontecendo nos bastidores. Como brasileiro, não sei o que está acontecendo e acho que ninguém deve condenar ninguém ", avaliou.
Lula da Silva foi condenado em julho de 2017 a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso de um tríplex num condomínio do Guarujá, no litoral de São Paulo. A decisão foi tomada pelo juiz federal Sérgio Moro, que tem a cargo a operação Lava Jato, que investiga a corrupção em várias empresas estatais.
Segundo Sérgio Moro, o antigo Presidente brasileiro foi beneficiado com obras no imóvel feita pela construtora OAS. Para o Ministério Público Federal, a reforma foi oferecida pela empresa por troca de ações do ex-Presidente no esquema de corrupção da Petrobras.