Brasileiro está preso há um mês na Ucrânia por suspeita de terrorismo
Um brasileiro está preso na Ucrânia há um mês por suspeita de terrorismo e pode ser a vir condenado a até 15 anos de prisão pelo crime, divulgou esta segunda-feira a imprensa brasileira.
O portal de notícias G1 informou que o brasileiro Rafael Marques Lusvarghi, de 32 anos, foi detido em 6 de outubro na Ucrânia por suspeita de terrorismo.
"O que sei é que o Rafael continua preso na Ucrânia, tem advogado em São Paulo e defensor público ucraniano, mas pode ser condenado a penas de oito a quinze anos de prisão por terrorismo", disse ao G1 o gerente comercial Raul Athaide, amigo do brasileiro preso.
Raul Athaide declarou ao portal que ele e Rafael Lusvarghi foram combatentes na Ucrânia, tendo servido juntos com os separatistas militares pró-Rússia na guerra contra as tropas ucranianas.
"Rafael não é terrorista. É um combatente. Não cometeu nenhum crime", sublinhou Athaide.
Ambos, segundo o gerente comercial, lutavam pela criação de outro país: a Nova Rússia. Entretanto com a assinatura do cessar-fogo entre os dois lados (em setembro), os dois retornaram ao Brasil.
Raul Athaide voltou para o Rio de Janeiro e Rafael Lusvarghi foi para Jundiaí (São Paulo), onde mora a sua família, mas como não conseguiu emprego no país, aceitou uma oferta de uma empresa ucraniana para trabalhar como segurança de navios.
O brasileiro apanhou um voo em direção a Chipre, mas com parada no Aeroporto Internacional de Borispol, na Ucrânia, onde foi preso pelo serviço de segurança do país europeu.
Apontado como "mercenário" e "assassino profissional", o brasileiro foi levado para Kiev, onde acabou acusado de criar um grupo terrorista ou organização terrorista, pelo artigo 258-3 do Código Penal da Ucrânia.
Segundo as autoridades ucranianas, com o brasileiro foram encontrados passaporte estrangeiro, uma medalha por serviços de combate e um computador portátil com uma conversa com representantes de grupos terroristas.
A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores não confirmou se Rafael continua detido, mas informou na quinta-feira passada, por meio de nota, que "acompanha o caso em apreço, por meio da Embaixada do Brasil em Kiev" e que "por questões de privacidade, o Ministério não está autorizado a divulgar mais informações sobre o caso".
O representante da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no grupo de contacto sobre a Ucrânia, anunciou a 21 de setembro, em Minsk, a assinatura de um acordo de desmilitarização em três zonas piloto do leste da Ucrânia.
O conflito no leste da Ucrânia, desencadeado em abril de 2014, já provocou mais de 9.500 mortos e dezenas de milhares de deslocados e refugiados.