Brasil suspende 5 atletas e afasta mais um dos Mundiais

A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) puniu, com suspensões de dois anos, os cinco atletas que foram afastados da selecção para os Campeonatos do Mundo, por doping com eritropoietina (EPO), num controlo fora de competição realizado 15 de Junho. Na sequência da investigação ao que se passou no clube destes atletas, o Rede Atletismo, a CBAt decidiu suspender mais dois, um dos quais se encontrava seleccionado para os Mundiais.
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O organismo federativo emitiu na quinta-feira um comunicado anunciando que estão impedidos de competir, de 15 de Junho desde ano a 14 de Junho de 2011, os atletas que prescindiram das contra-análises: Bruno Tenório e Jorge Célio Sena, que iam competir nas disciplinas de 200 metros e 4x100m, e a hepatleta Lucimara Silvestre.
 
As outras duas atletas cujas amostras continham EPO – Josiane Tito (4x400m) e Luciana França (400m barreiras) – acabaram também por abdicar das contra-análises e foram ontem suspensas também por dois anos.
 
Nos dois comunicados, a CBAt explica que, como os atletas “assumem integralmente as conseqeências e sanções previstas nas regras da IAAF” (Associação Internacional das Federações de Atletismo), “não terão suas penas agravadas” – o código mundial antidoping que entrou e vigor no início do ano prevê que os atletas que registem a primeira infracção, envolta em circunstâncias agravantes, como o envolvimento em esquemas organizados de dopagem, sejam punidos com suspensões até quatro anos.
 
Investigação a responsáveis por detrás dos positivos
 
A CBAt e os dirigentes do Rede Atletismo encetaram uma investigação e os treinadores destes atletas, Jayme Netto Júnior e Inaldo Justino de Senna, foram suspensos preventivamente pelo organismo federativo. Após o os resultados dos controlos terem sido divulgados, Jayme Netto Júnior assumiu publicamente a responsabilidade pelos casos de doping, afirmando, segundo o site da Globo, que injectou duas vezes EPO em cada atleta, sob orientação do fisiologista Pedro Balikian.
 
“O Rede Atletismo agiu prontamente na apuração dos fatos e os treinadores assumiram a responsabilidade pela prática desses actos. Não obstante, na leitura dos depoimentos dos atletas e treinadores envolvidos, verificam-se fortes indícios da participação de pelo menos uma pessoa que os orientou, de forma perversa e deliberada, a utilizar as substâncias banidas. A CBAt e o Rede Atletismo não irão permitir que atletas e treinadores sejam os únicos punidos em um processo que provavelmente contou com uma personagem sinistra por trás desses infaustos casos”, vincou o organismo federativo na quinta-feira.
 
Comitiva em Berlim com mais baixas
 
Ontem à tarde, a CBAt anunciou a suspensão preventiva de Evelyn Carolina Oliveira Santos e Rodrigo Bargas. Evelyn Santos estava em Berlim, onde iria competir nos 4x100m, mas vai regressar ao Brasil. O objectivo do organismo federativo é “salvaguardar interesses e evitar maiores prejuízos aos atletas, até que a Comissão de Inquérito da CBAt instalada para apuração desses fatos apresente suas conclusões e encaminhe seu relatório final, no prazo de 30 dias, a contar desta data, para encaminhamento ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva da CBAt”.
 
Desta forma, o Brasil ficou sem sete atletas na selecção porque Lucimar Teodoro, recordista sul-americana dos 400m barreiras, que também iria competir nos 400m, encontra-se suspensa preventivamente devido a uma análise adversa, cuja substância detectada não foi ainda revelada.
 
Os Campeonatos do Mundo de Atletismo realizam-se em Berlim, de 15 a 23 de Agosto, e o Brasil irá competir com uma selecção de 41 atletas - três dos atletas afastados já foram substituídos, segundo a imprensa brasileira.

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