Brasil reduz para 0,8% estimativa de subida do PIB em 2019

São Paulo, 27 jun 2019 (Lusa) - O Governo brasileiro reduziu hoje a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 2% para 0,8%, segundo informação divulgada no relatório trimestral de inflação do Banco Central do país.
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"A retração da atividade no primeiro trimestre de 2019, reduzindo o carregamento estatístico para o ano corrente, e a ausência de sinais nítidos de recuperação nos primeiros indicadores divulgados para o segundo trimestre concorreram para que a projeção do PIB anual fosse revista para 0,8%, ante [previsão anterior de] 2%", explicou o Banco Central.

"O recuo da atividade [económica] no primeiro trimestre de 2019, reduzindo o carregamento estatístico para o ano corrente, e a trajetória dos indicadores de alta frequência no início deste segundo trimestre concorreram para que a projeção do PIB anual fosse revisada", completou.

A autoridade monetária brasileira não descartou a possibilidade de que o país entre em recessão técnica, que ocorre quando o PIB recua em dois trimestres seguidos.

"Essa perspetiva de crescimento anual está condicionada ao cenário de continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira e incorpora expectativa de recuperação da atividade em ritmo crescente ao longo do restante do ano", frisou.

No primeiro trimestre de 2019, o PIB do Brasil recuou 0,2% face ao quarto trimestre do ano anterior, de acordo com os dados das Contas Nacionais, divulgados pelo Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado interrompeu uma sequência de oito trimestres sem quedas e refletiu os desempenhos negativos na agropecuária (0,5%) e na indústria (0,7%), compensados parcialmente por crescimento no setor de serviços (0,2%).

"Sob a ótica da oferta, esse resultado refletiu recuos nos produtos da agropecuária e da indústria, compensados parcialmente por ligeiro crescimento da atividade no setor de serviços", avaliou o Banco central brasileiro.

"Do lado da demanda, o consumo das famílias manteve o movimento de expansão, pelo nono trimestre seguido, embora em ritmo inferior ao registrado em 2018, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou pelo segundo trimestre consecutivo", destacou.

A autoridade monetária brasileira também fez uma avaliação negativa do impacto do cenário da economia mundial no PIB do país, ao frisar que as incertezas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China "aumentaram ao mesmo tempo em que as expectativas para a atividade ainda não mostram resposta às quedas recentes nas curvas de juros".

"O balanço de riscos para a atividade permanece assimétrico para baixo, enquanto persistem os riscos de uma desaceleração mais expressiva da economia global", concluiu.

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