"Foi ontem entregue a primeira remessa de penicilina que o Brasil oferece a Portugal". Foi desta forma que o DN deste dia, em 1944, assinalava o gesto que viria a salvar muitas vidas. O fármaco, cuja fórmula de utilização corrente tinha sido encontrada recentemente, estava a ser produzido em massa pelo Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e este havia chegado a acordo com o governo português, para enviar com regularidade remessas do remédio.."Descoberto o medicamento", disse-nos o Sr. Dr. Sena Vasconcelos [adido da Embaixada do Brasil], urgia expandi-lo e torná-lo acessível a toda a humanidade", podia ler-se naquela edição do DN. "Verificou-se que, onde as sulfamidas não podiam agir, como em infeções séticas, nas meningites, nas pneumonias, nas conjuntivites purulentas, em suma, em todas as infeções provocadas por bactérias traiçoeiras, a penicilina chegava e triunfava em menos de 48 horas. O fungo suplantara as sulfamidas, consideradas o "pó de Deus".".Neste dia, foram entregues no Hospital de Santa Marta 12 ampolas de penicilina "em soluto" - como precisava o DN - com todas as expensas pagas pelo governo brasileiro..Esta seria apenas a primeira de várias entregas planeadas pelos dois governos..Ainda na mesma edição do DN era ainda dada notícia de que a remessa entregue naquele dia foi de imediato utilizada em vários pacientes.