Brad Pitt sob o signo de Obama

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Será talvez a altura de algum jornalismo, mais dado ao culto ofensivo dos "famosos", acabar com os disparates em torno de Brad Pitt e começar, pelo menos, a reconhecer as singularidades da sua trajetória criativa. E não apenas como ator. Também como produtor capaz de viabilizar algumas obras esplendorosamente atípicas. A sua relação com o realizador Andrew Dominik já dera origem a O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford (2007), um estranho e fascinante western. Agora, reassumindo a dupla condição de ator/produtor, Pitt volta a colaborar com Dominik no vibrante Killing them Softly (competição), filme obviamente devedor de ambiências "à la Tarantino", mas enraizado numa aposta arriscada: adaptar um romance de George V. Higgins publicado em 1974 (Cogan's Trade), transfigurando-o em parábola amarga sobre os meses que antecederam a chegada de Barack Obama ao cargo de Presidente dos EUA. Por vezes, o amor dos americanos pelo seu país expõe-se através de uma amargura invulgarmente corajosa.

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