Bruxelas não quer. Mas salário mínimo vai aumentar, diz governo

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, garante que o Governo vai demonstrar a Bruxelas, com mais informação estatística, que a economia tem "espaço" e "flexibilidade" para aumentar o salário mínimo nacional
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"O Governo também avançará com mais informação, até estatística, para demonstrar que a nossa economia tem do ponto de vista da formação de salários as margens de adaptabilidade que permitem que a formação de salários individual, nas empresas, faça o seu caminho e que o salário mínimo também possa fazer o seu caminho, reforçando o combate à pobreza", afirmou Pedro Marques aos jornalistas.

Pedro Marques comentava assim esta manhã, à margem de uma sessão sobre capitalização de empresas a decorrer na Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Matosinhos, o relatório final da terceira missão pós-programa de ajustamento, divulgado na segunda-feira, no qual a Comissão Europeia reitera a crítica ao aumento do salário mínimo de 505 euros para 530 euros em janeiro, "num contexto de baixa inflação e de alto desemprego, o que pressiona a estrutura geral de salários com o risco de afetar as perspetivas de emprego e de competitividade".

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Segundo o ministro, o Governo vai "tentar demonstrar com informação estatística" o seu ponto de vista relativamente à importância do aumento do salário mínimo, tendo por base a ideia de que "a competitividade dos baixos salários não deu resultado".

"Queremos qualificar os recursos humanos, capitalizar as empresas, aumentar a inovação, [bem como] valorizar os salários e o trabalho", disse, "consideramos e vamos argumentar que a economia tem espaço, tem margem, tem flexibilidade para permanecer competitiva".

Seguindo o governante, a opinião do Governo sobre esta matéria "é diferente" da de Bruxelas, que "tem o propósito de continuar a aumentar o salário mínimo nacional".

Pedro Marques referiu que a própria Comissão Europeia "reconhece que houve um aumento da pobreza entre os trabalhadores".

"A percentagem de pessoas que trabalham que permanecem em risco de pobreza é mais elevada, e por isso o aumento do salário mínimo é uma medida importante para a coesão social no país e para o combate à pobreza, ainda por cima das pessoas que trabalham", frisou.

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