O BPI não vai recorrer a distribuição de dividendos ou a programas de recompra de acções próprias (share buy back) para se defender da oferta pública de aquisição (OPA) do Banco Comercial Português (BCP). .Isto porque estas medidas "não iam reforçar a credibilidade do banco", justificou Fernando Ulrich, presidente do grupo, num encontro com analistas e investidores institucionais, segundo noticiou o Jornal de Negócios Online..A afirmação do banqueiro surgiu depois de um analista ter questionado a administração do grupo sobre o destino a dar ao excesso de capital que o BPI vai gerar até 2010, no âmbito da concretização do plano de negócios apresentado na resposta à OPA do BCP. Neste documento, o banco admite chegar ao final da década com um excesso de capital de 786 milhões de euros..Fernando Ulrich alertou a audiência que antes de decidir o que fazer com esta liquidez, o BPI tem de concretizar esta meta. Afastada está a possibilidade de esse montante vir a servir de fundamento para uma promessa de remuneração extraordinária aos accionistas, com o objectivo de inviabilizar a oferta do BCP.."Optar por uma promessa de share buy back ou dividendos extraordinários não nos parece uma proposta muito excitante para os nossos accionistas. Era muita coisa só por causa de uma OPA. Sobretudo se vier a ter lugar só daqui a alguns anos. Não penso que fosse reforçar a nossa credibilidade", sublinhou o banqueiro..O presidente do BPI tem afirmado por diversas vezes que não é intenção da sua equipa propor medidas contra a OPA do BCP. Esta alternativa exigiria a convocação de uma assembleia geral especificamente para o efeito, em que as decisões teriam de ser aprovadas, no mínimo, por uma maioria de dois terços. Até agora, a administração limitou-se a rejeitar a oferta, por considerar que subavalia o banco, e a apresentar um plano de negócios que prevê a duplicação dos lucros até ao final de 2010. C MJG