Boxing Day não muda nada
Os quatro primeiros ganharam e tudo ficou na mesma na frente da Premier League, cumprida a tradicional jornada do Boxing Day(26 de Dezembro). Chelsea, Arsenal, Everton e Manchester United aproveitaram o factor casa e mantiveram as diferenças relativas no topo da tabela, onde continua a brilhar intensamente o azul-Mourinho.
A empreitada é tudo menos fácil. Em seis dias (de ontem até sábado) vão jogar-se três jornadas da Premier League, ou, indo mais longe, quatro jornadas em nove dias (as próximas disputam-se amanhã, no sábado, dia 1 de Janeiro, e na terça-feira, dia 4!). O treinador português do Chelsea já avisou que admite perder pontos neste verdadeiro «carrossel» que é o campeonato inglês na quadra de Natal e Anovo Novo, desdramatizando desde já as consequências dessa eventual perda em termos de corrida ao título. Mas, ontem, mesmo longe do brilho de outras ocasiões, os blues acabaram por somar mais três pontos à sua contabilidade, graças a um golo solitário de Damien Duff à meia- -hora do jogo com o Aston Villa.
Com Ricardo Carvalho ausente, ainda a recuperar da lesão sofrida no jogo com o Arsenal, do contingente português apenas Paulo Ferreira e Tiago, para além de José Mourinho, claro, puderam fazer a sua iniciação no extraordinário ambiente que caracteriza o Boxing Day nos estádios ingleses. Um ambiente que acabou por não passar para dentro das quatro linhas. O Chelsea-Aston Villa foi um jogo pobre (sobretudo para o paradigma do futebol inglês), que não deixou grande memória. O melhor, do ponto de vista dos líderes do campeonato, acabou mesmo por ser o (precioso) golo de Duff, que garantiu a manutenção dos cinco pontos de avanço na Premiership. Assim sendo, Chelsea 49 pontos.
O Arsenal, que recebeu o Fulham (15.º classificado), num derby londrino, também cumpriu os serviços mínimos, mantendo a distância para o Chelsea, com uma vitória por 2-0, dois golos franceses, assinados por Thierry Henry (inevitavelmente!), logo aos 12 minutos, e por Robert Pires, aos 71. Logo, Arsenal 44 pontos.
Do contingente da frente do campeonato inglês acabou por ser o Everton, que mantém o estatuto de equipa-sensação da temporada (mas que nunca deixará de ser a «outra equipa» de Liverpool...), quem teve a vida mais dificultada, na recepção ao Manchester City. Mas acabou por se impor, com golos de Cahill (22 m) e Bent (63), a superarem o que Robbie Fowler marcou no final da primeira parte. Ou seja, Everton 43 pontos.
Para terminar a ronda pelos quatro primeiros, o Manchester United não quis fazer pior e derrotou o Bolton, em Old Trafford, num jogo que marcou o regresso de Cristiano Ronaldo à titularidade, depois de umas semanas de descanso impostas por Alex Ferguson, num momento em que se falou da existência de problemas no balneário em torno do jovem jogador português. Os golos dos «históricos» Ryan Giggs (10 m) e Paul Scholes (89) selaram o triunfo dos red devils.
Isto num dia em que o circunspecto jornal Daily Telegraph publicou avançava a informação de que Carlos Queiroz deverá, a seu tempo, suceder a Ferguson, dizendo mesmo que a recente subida de produção da equipa se deverá à «crescente influência» do técnico português no comando da equipa. Uma sucessão abençoada pelo escocês, que não se cansa de elogiar a «imaginação» e «pensamento avançado» de Queiroz. Seja como for, Manchester United, 40 pontos.