Bolt e Simon Biles, os heróis olímpicos brilham nos Laureus
Usain Bolt e Simon Biles, as duas grande figuras dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, foram ontem os grandes vencedores dos Laureus, premiados nas categorias de melhores desportistas. Portugal estava representado em duas categorias - Ronaldo nomeado para melhor desportista e a seleção portuguesa para melhor equipa. Mas acabou por não triunfar em nenhuma delas.
"A imortalidade é ser o maior. A imortalidade é tudo para mim. Quando vejo as repetições das provas que disputei no Rio e ouço o comentador a dizer "agora é imortal"... creio que foi o melhor comentário que ouvi a meu respeito", referiu Bolt, ainda antes de receber o prémio para melhor atleta de 2016. "Ser como Muhammad Ali é algo incrível, porque era o maior. Não há melhor sensação do que as pessoas me incluírem no mesmo patamar que Muhammad Ali", acrescentou o velocista, que venceu no Rio de Janeiro as finais de 100, 200 e 4x100 metros e disse no final de 2016 que pretende se retirar depois dos Mundiais de 2017, que decorrem em agosto na cidade de Londres.
Bolt deixou ainda palavras elogiosas para Cristiano Ronaldo, que tal como ele estava nomeado na categoria de melhor desportista: "Sou um grande admirador de Cristiano Ronaldo, desde há algum tempo, porque sou adepto do Manchester United e ele jogou lá. Vimo-nos algumas vezes e jantámos numa ocasião. É uma honra fazer parte da lista de nomeados na qual estão os melhores."
O jamaicano recebeu o prémio das mãos do norte-americano Michael Johnson, também ele um campeão olímpico dos 200 metros, tendo conquistado o ouro na categoria em Atlanta 1996.
Biles e Comaneci juntas
A ginasta Simone Biles, de apenas 19 anos, estreou-se da melhor forma em Olimpíadas no último verão, conquistando quatro medalhas de ouro e uma de bronze no Brasil, superando a marca da lendária Nadia Comaneci, que nos Jogos de Montreal tinha ganho três ouros, uma prata e um bronze.
A atleta romena, aliás, esteve ontem presente na cerimónia numa conferência de imprensa ao lado da pequena Simone Biles. "Só posso sentir-me muito feliz por não a ter tido como rival. Ela é a melhor, a mais poderosa. A Simone teria-me dado um pontapé no rabo", disse Comaneci, um comentário que mereceu uma resposta diplomática da atleta norte-americana: "Se competíssemos agora uma contra a outra, certamente que a Nadia ganharia. Eu estou sempre a cair", brincou Simone.
A categoria de equipa do ano, para a qual estava nomeada a seleção portuguesa que se sagrou campeã da Europa em França, foi ganha pelos Chicago Cubs, que venceram em 2016 a World Series de basebol, depois de um jejum de 108 anos desde a última vitória. O galardão foi recebido pelo dono da equipa, Tom Ricketts, e entregue pelo antigo atleta e campeão olímpico Edwin Moses.
A gala dos Prémios Laureus decorreu no Sporting Club Monte Carlo, no Mónaco, numa cerimónia que consagrou ainda o nadador Michael Phelps com o troféu de regresso do ano e Rachel Atherton como desportista de ação do ano.
O campeão do mundo de Fórmula 1, o alemão Nico Rosberg, que abandonou surpreendentemente a competição depois de ter ganho o título, conquistou o prémio revelação, enquanto a equipa de futebol do Leicester, que a época passada se sagrou campeã de Inglaterra contra todas as previsões, conquistou um prémio especial, de espírito do desporto, num galardão que foi recebido pelo treinador italiano Claudio Ranieri.
A comitiva de dez atletas refugiados nos Jogos Olímpicos Rio 2016 foi consagrada como inspiração desportiva, enquanto a campeã paralímpica italiana Beatrice Vio conquistou o galardão de desportista com deficiência do ano.
Na categoria de momento do ano, o vencedor foi a equipa de futebol sub-12 do Barcelona, que consolou os rivais japoneses após vencer o torneio Junior Soccer World Challenge - estava também nomeado o miúdo lusodescendente que confortou um adepto francês após a vitória de Portugal no Euro 2016, cujas imagens se tornaram virais na altura. E foi também distinguido o projeto Waves for Change pela utilização do desporto para alterações sociais.
A cerimónia contou com vários nomes ilustres ligados ao desporto (de smoking e de ténis), caso de Luís Figo. Cafú, antigo internacional brasileiro, surgiu com uma camisola da Chapecoense vestida, uma forma de homenagear o clube que perdeu quase todos os seus jogadores num acidente de avião.