Bolsonaro critica tribunal que devolveu direitos políticos a Lula
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, criticou esta segunda-feira o Supremo Tribunal Federal (STF), que devolveu os direitos políticos do seu rival Luiz Inácio Lula da Silva em 2021, quando anulou duas condenações por corrupção ao ex-Presidente.
"O julgamento será por ações e omissões. Qualquer um que trabalhou contra seus semelhantes, ou que se absteve de ajudar quando podia, de acordo com as escrituras, para os crentes, terá o seu veredicto. E não haverá pessoas como alguns do Supremo - vão dizer que estou criticando o STF - para absolver uma pessoa e torná-la elegível", disse Bolsonaro, numa clara alusão a Lula da Silva, o seu principal adversário nas eleições brasileiras.
O presidente do Brasil falava à saída da residência oficial do embaixador brasileiro em Londres, para onde viajou com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, para assistir ao funeral de Estado da rainha Isabel II na abadia de Westminster.
"Participei na missa, fique em silêncio o tempo todo. Quem acredita sabe que um dia chegará o dia deles. Todos terão o seu ponto final aqui. Todos sem exceção", afirmou Bolsonaro, diante de um grupo de seguidores e jornalistas a quem criticou por levantarem a possibilidade de estar em campanha. "Você acha que eu vim aqui para fazer política", perguntou Bolsonaro aos jornalistas, visivelmente irritado.
"Porquê a insistência de querer colocar um ladrão de volta à Presidência? Alguém acha maravilhoso ser presidente? Expulsar um ladrão, com toda essa quadrilha, para fora da Presidência", disparou Bolsonaro, que garantiu que o Brasil está livre de corrupção há "três anos e meio" sem, no entanto, mencionar as suspeitas de corrupção contra si, familiares e aliados políticos.
No próximo mês de outubro, brasileiros são chamados às urnas para eleger o seu novo Presidente após quatro anos convulsivos em que Lula da Silva recuperou os seus direitos políticos após ser libertado da prisão e ver as suas sentenças anuladas no âmbito da operação Lava Jato, que investigou casos de corrupção na petrolífera estatal Petrobras.
A última sondagem divulgada pelo Datafolha na quinta-feira da semana passada mostra que Lula da Silva tem 45% das intenções de voto para a primeira volta, contra 33% de Bolsonaro.
A eleição presidencial no Brasil tem a primeira volta marcada para 02 de outubro e a segunda, caso seja necessária, no dia 30.
Atualmente, dez candidatos disputam as presidenciais brasileiras: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.