Boas-vindas à 'rentrée'

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Uma triste confissão de Carolina Patrocínio sobre as suas exigências na hora de comer fruta tornou-se, nos últimos dias, arma de arremesso contra Sócrates. Para os humoristas que se espalham pelas rádios, pela blogosfera e pelas redes sociais - e sejam eles humoristas profissionais ou apenas de circunstância - a forma tonta como Carolina exige comer as uvas e as cerejas (apenas depois de a empregada lhes extrair as grainhas) não é só um sinal dos caprichos e das manias que podem apoderar-se de uma betinha de Lisboa, mas também um sinal da frivolidade e da ligeireza do PS ao apoderar-se da imagem de uma betinha de Lisboa para angariar votos.

Por um lado, têm razão. Por outro, já não se pode ouvi-los. É que, por cada mandatária da juventude tonta que o PS tiver, o PSD há-de ter outra - e, entretanto, a CDU, o BE e o CDS hão-de ter as suas também. Um mandatário da juventude serve exactamente para isso: para sorrir para as câmaras enquanto os apparatchik das "jotas" colocam aquelas que entretanto convencionámos serem as "questões da juventude", que são os casamentos gay, a despenalização do consumo de drogas e a liberalização do aborto. Basicamente, está tudo errado - e se uma tonta da TV se deixa apanhar nessa malha, pois é apenas mais uma cúmplice vitimada por fogo amigo.

Hoje é dia 1 de Setembro, arranque oficial da rentrée. O ideal é arranjarmos outro tema, que Carolina Patrocínio não tem fôlego para sobreviver à silly season.

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