bloco com cartaz que lembra aperto do cinto

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São cerca de 400 cartazes e começam a ser afixados segunda-feira. Também faz parte dessa campanha a distribuição de um jornal, gratuito, por todo o País. São 200 mil exemplares, sobre as disparidades sociais causadas pela política do Governo, nomeadamente o Programa de Estabilidade e Crescimento, defen- dendo a tributação do IRC para a banca a 25% e das transferências para paraísos fiscais à mesma taxa de 25%. Oito meses após as últimas legislativas, onde conseguiu o seu melhor resultado de sempre (9,82%, 558 mil votos, 16 deputados), embora com a componente amarga de não depender só de si uma maioria de esquerda na AR, o Bloco de Esquerda volta à rua. Com um cartaz que, no seu sentido essencial, remete para o velho slogan "Os ricos que paguem a crise" - mas na versão "os ricos não pagam a crise" e, logo, "quem se lixa é o mexilhão". É certo que o Bloco de Esquerda mistura no mesmo saco gestores privados (Paulo Azevedo, Ricardo Salgado e Rodrigo Costa), onde o Estado não tem nada que ver com quanto ganham ou não, com gestores públicos (Bava, Mexia, Ferreira de Oliveira), onde o Estado já tem que ver. Para já, é impossível saber se o PS responderá ou não à campanha bloquista. Talvez Sócrates o use contra Louçã num dos próximos debates quinzenais. A resposta do primeiro-ministro já a conhecemos: o Bloco de Esquerda explora de forma "populista" sentimentos de "inveja social" do povo contra os "ricos". Talvez até se lembre de lhe citar uma conversa que, segundo a mitologia do PREC (verdadeira? falsa?), terá decorrido há muitos anos entre o "revolucionário" Otelo Saraiva de Carvalho e o líder social-democrata sueco Olaf Palme (1927-1986). "O meu sonho é acabar com os ricos", disse o militar português. "Pois o meu é mesmo acabar com os pobres", terá respondido Palme.

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