Bispo queixa-se de ineficácia da PSP
O bispo de Vila Real, D. Joaquim Gonçalves, está descontente com os distúrbios frequentes e actos de vandalismo junto ao Paço Episcopal, na zona do Pioledo, em Vila Real, e remeteu cartas de protesto ao governador civil do distrito e ao presidente da câmara municipal, queixando-se da ineficácia da PSP.
As cartas foram enviadas após o ataque ao Paço Episcopal numa madrugada de Julho, por parte de indivíduos que arremessaram garrafas de cerveja e pedras contra o edifício, partindo diversos vidros das janelas e danificando uma sacada e a porta.
"Foi um estrondo terrível, assustou toda a gente", disse ao DN D. Joaquim Gonçalves, ainda a recuperar de uma insuficiência coronária que o tem afectado. O bispo adiantou que foi a primeira vez que viu materializadas as ameaças já feitas através de grafittis e inscrições colocadas na fachada do Paço Episcopal.
Por tudo isto, o bispo critica "as autoridades policiais que não têm feito o suficiente para pacificar a zona onde o barulho é constante, nomeadamente nas madrugadas de quinta e sexta-feira. A polícia tem de pôr cobro aos grupos que criam a desordem e anarquia nesta zona".
O presidente da câmara, Manuel Martins, confirma ter recebido a carta do vigário-geral da diocese relatando os factos. Em declarações ao DN, afirmou estranhar que o comandante da PSP de Vila Real tenha dito que "no Pioledo juntam-se muitos jovens e que não consegue resolver esta questão". "Não há desculpa possível para se dizer que não se pode fazer nada. Isso é manifestar incapacidade do cumprimento da ordem pública", considerou o autarca.
Contactado pelo DN, Serafim Tavares, comandante da PSP de Vila Real, afirmou que no que toca ao apedrejamento do Paço Episcopal o caso está em investigação.
Em relação às palavras do presidente da câmara disse "lamentar a acusação porque nunca afirmou que a PSP nada podia fazer no Pioledo". "Quando assumi o comando da PSP em Vila Real, preocupei-me em resolver o problema ali existente, dado as constantes queixas por parte dos moradores. Começámos a actuar fiscalizando bares e discotecas, mas o nosso trabalho não tem tido sequência na câmara, na imposição das coimas", acusa.
O Pioledo é uma zona perto do centro da cidade, onde existem cerca de dez bares e duas discotecas. Os moradores dos cerca de cem apartamentos ali existentes queixam-se do barulho dos utentes dos bares e discotecas depois do fecho. Os desacatos também são frequentes na zona, tendo há cerca de dois meses sido assaltados no local dois jovens universitários, assalto que, segundo eles, terá sido perpetrado de forma violenta por um bando de doze jovens.|