É apresentada como "a biografia do mais discreto e consensual capitão de Abril". O autor, historiador e professor da Escola da Polícia Judiciária, considera que teve "teve um papel primordial na organização e politização do MFA" e que está ainda por recentrar. Afinal, este capitão de Abril adere ao Movimento das Forças Armadas (MFA) quando já havia "refletido e escrito sobre a realidade dura em que vivia Portugal" e "além de ter feito o diagnóstico, foi encontrando forma de aumentar e manter unido o grupo de militares, organizá-lo e simultaneamente introduzir no seu seio a questão política". Situação que "levaria a uma certa desvalorização da questão corporativa, causa primeira para a criação do MFA.".Em 'Vítor Alves - O Homem, O Militar, O Político' (Editora Parsifal), o historiador sustenta a tese de que o militar considerava fundamental que após o derrube do Estado Novo era necessário ao MFA para se tornar consensual ter um programa político. "Não lhe interessava apenas derrubar a ditadura, sempre quis ver bem desenhado o caminho a seguir pelos vencedores no dia seguinte". Acrescenta: "Daí a pressão junto de Otelo Saraiva de Carvalho para que nada fosse feito em termos militares antes de haver um programa, e ter ficado agastado com ele quando soube da sua participação no 16 de Março de 1974; daí a pressão junto de Melo Antunes para que elaborasse as linhas programáticas, que depois ele, Vítor Alves, com as artes de diplomata que ninguém lhe negava, faria, e fez, que fossem aceites pela maioria do MFA e pelos generais que assumiriam a liderança da Junta de Salvação Nacional." Segundo o autor, esta biografia altera a visão do processo histórico no que toca à importância de Vítor Alves na instauração e consolidação da democracia em Portugal..Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN