Biografia de escritor timorense Fernando Sylvan lançado em junho em Díli
Publicado por ocasião dos cem anos do nascimento de Fernando Sylvan, cumpridos em 2017, o texto que vai ser lançado a 09 de junho na Fundação Oriente em Díli, é da autoria de José Bárbara Branco e tem como editor Rui Fonseca.
Para Rui Fonseca, a obra apresenta um "extraordinário autor das Letras Portuguesas do século XX e, seguramente até agora, o mais notável escritor nascido em Timor-Leste", ainda que tenha vivido praticamente toda a vida em Portugal.
"Inexplicavelmente pouco conhecido", explica Fonseca, Sylvan deixou uma obra "vasta, eclética e muito interventiva, resultante de incansável atividade como jornalista, escritor, conferencista, ensaísta, poeta, professor e filósofo da singularidade da presença de Portugal no mundo".
Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa, em Lisboa, durante cerca de vinte anos e um "autodidata assumido, cultivou a escrita com mestria e fez incursões em quase todos os domínios humanísticos".
"Foi um defensor convicto da portugalidade e da língua portuguesa, que viria a assumir uma intransigente reivindicação dos direitos dos timorenses e da independência de Timor. O seu percurso, tanto no campo literário como na área profissional e pessoal, faz de Sylvan uma figura singular", explica Rui Fonseca.
Para a obra, o autor José Bárbara Branco fez um "laborioso trabalho de pesquisa e análise em arquivos, nos recônditos de bibliotecas e fontes orais" permitindo conhecer não apenas a biografia mas a obra de uma "personalidade marcante".
O livro, refere o editor, é "uma viagem pela cultura portuguesa, de aquém e além-mar, no entrelaçado da diáspora da portugalidade com a visão transformada de um homem independente, que sentia e clamava que tinha duas pátrias: Timor e Portugal".
Além de uma homenagem e de um contributo para o estudo da obra de Sylvan, o texto "é também uma mais-valia para a consciência da valorização do português no mundo e como língua oficial em Timor-Leste".
Nascido em Díli a 26 de agosto de 1917 e falecido na vila portuguesa de Cascais, a 25 de dezembro de 1993, o poeta, prosador e ensaísta recebeu postumamente a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.