Berardo pede investigação à dívida de filho de Jardim

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Presidente do BCP garante que tudo foi feito para recuperar a dívida

O empresário Joe Berardo, que detém 6,8% do Millennium bcp, considera "um crime" os empréstimo concedidos a familiares dos membros dos órgão sociais do BCP e pede que as autoridades investiguem o caso. Em causa está Filipe Jardim Gonçalves, filho de Jardim Gonçalves, fundador e presidente do conselho geral e de supervisão do BCP. Filipe Gonçalves, em conjunto com os seus sócios em cinco empresas, pediu empréstimos ao banco, que no final de 2004 foram considerados incobráveis. O valor das dívidas em causa ascende a 12 milhões de euros ao BCP.

"Legalmente, depois de 2002, ficou claro que é proibido emprestar dinheiro a familiares dos membros dos órgão sociais dos bancos. Logo é um crime", afirmou ao DN Joe Berardo. Confrontado com um eventual processo judicial, enquanto accionista, contra a administração ou ao banco, Berardo diz que, para já, vai esperar para decidir o que fazer.

"Quero ver o resultado da actuação das autoridades competentes. Só depois decidirei o que fazer como accionista", diz o empresário. "Já disse muitas vezes que há problemas graves no BCP, mas as pessoas consideram que o banco é dele [Jardim Gonçalves]. Sei que ainda há pouco tempo Jardim Gonçalves, que já não é presidente do conselho de administração, continuava a usar aviões particulares. O conselho de administração não pode continuar a permitir esta situação de abusos", frisa ainda.

O empresário vai ainda mais longe e admite que já tinha confrontado a administração do BCP e Jardim Gonçalves com esse tipo de situações, "mas eles acham que se trata de negócios normais".

O DN tentou contactar Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal, presidente do BCP, mas até ao fecho desta edição não foi possível. No entanto, em declarações ao Expresso, jornal na sua última edição revelou a polémica, Jardim Gonçalves admitiu que desconhecia o caso. "Não sei de nada, as questões relacionadas com clientes não passaram, nem passam por mim." Já Filipe Pinhal, também citado pelo mesmo jornal, assume que desde que a legislação saiu em 2002 (Regime Geral das Instituições de Crédito) que o banco contactou Filipe Jardim Gonçalves para que este liquidasse as dívidas. "Essas empresas demoraram algum tempo a começar a liquidar as dívidas, fomos acompanhando a situação e verificou-se que foram vendendo activos para nos pagar", disse Filipe Pinhal. O presidente do BCP garante mesmo que "neste caso se procurou ir o mais longe possível" na recuperação do crédito em dívida.

Filipe Jardim Gonçalves, também citado pelo Expresso, diz que "não houve qualquer situação de compadrio ou de personalização pelo facto de ser filho do presidente".

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