Bento XVI mandou secretário privado visitar a sua agressora
O Papa mandou o seu secretário privado visitar a jovem suíça que o tentou agredir na Missa do Galo, na Basílica de São Pedro, estando internada desde então. Bento XVI sofreu apenas um susto e caiu, mas não ficou ferido.
A visita foi anunciada através de comunicado por Frederico Lombardi, o porta-voz do Vaticano, que indicou que o secretário de Bento XVI, Georg Gaenswein, manifestou a Susanna Maiolo, de 25 anos, o interesse do pontífice em saber do "seu estado de saúde".
Apesar destas informações, o comunicado não revela a data exacta em que aconteceu a visita, referindo apenas que a mesma teve lugar há alguns dias. Lombardi indicou ainda que o processo judicial iniciado após o ataque "seguirá o seu curso normal". Fontes citadas pela agência Ansa disseram que a hipótese mais provável é que o tribunal do Vaticano decida absolver a jovem.
Susanna Maiolo, que veio de propósito do seu país para assistir à Missa do Galo, em Roma, encontra-se internada desde o dia de Natal no Hospital Angelucci, na localidade de Subiaco. Esta foi a segunda vez, num ano, que tentou ata- car o líder da Igreja Católica.
A jovem garantiu depois que a sua intenção não era fazer qualquer mal ao Papa Bento XVI. Os médicos garantiram que ela sofre de problemas psíquicos e que manifesta pensamento instável. O pontífice já a perdoou.
O mesmo fizera João Paulo II com Mehmet Ali Agca, o turco que o deixou às portas da morte depois de disparar contra ele em Maio de 1981. Agca vai ser libertado dia 18, depois de cumprir quase três décadas de pena de prisão.
No contexto do novo ano e da actual crise económica mundial, Bento XVI aconselhou ontem, na oração do Angelus, a Igreja e as famílias a não confiarem "em improváveis prognósticos para 2010 nem mesmo sobre as previsões económicas", devido às dificuldades que atravessam.
"2010 será melhor ou pior na medida em que cada um no exercício das responsabilidades saiba trabalhar sob a graça de Deus. A fé em Jesus Cristo é a esperança que anima as esperanças humanas", declarou o pontífice, citado pelas agências internacionais.
"Não faltam problemas na Igreja e na vida das famílias", considerou Bento XVI, numa referência à crise e ao desemprego. Esses problemas, referiu, devem ser "enfrentados com esperança em Deus e não com um vago sentimento religioso ou um fatalismo dissimulado sob a máscara da fé".
O Papa tem recomendado no novo ano a mudança de mentalidade em relação ao ambiente, respeito pela diversidade étnica e religiosa, ajuda aos desempregados e o fim dos conflitos armados.