Beijo de atriz a diretor do festival escandaliza Irão
"As mulheres que participam em eventos internacionais deveriam ter em conta a reputação e castidade das iranianas, para não darem uma má imagem das mulheres do seu país. E esta foi uma atitude inapropriada", afirmou o vice-ministro da Cultura iraniano, Hossein Noushabadi, comentando o beijo de Leila Hatami a Gilles Jacob.
Segundo o jornal espanhol "El Mundo", o responsável pela Cultura iraniana lançou duras críticas a Hatami, afirmando que "seja artista ou não, a mulher iraniana é um símbolo da castidade e da inocência, e a sua atitude no Festival de Cannes foi inapropriada e não está de acordo com os nossos princípios religiosos", disse.
Segundo a lei islâmica, em vigor no Irão desde a revolução de 1979, uma mulher não pode ter qualquer tipo de contacto físico com um homem estrangeiro.
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Após inúmeras críticas de iranianos indignados com o beijo de Hatami, que rapidamente encheram as redes sociais, Gilles Jacob foi obrigado a vir a público defender a atriz, afirmando que "um beijo não é mais que um costume habitual no Ocidente", adiantando que "fui eu que cumprimentei a senhora Hatami com um beijo porque, nesse momento, ela era a representante do cinema iraniano em Cannes", disse.
Nascida em Teerão entre uma família de cineastas, Leila Hatami alcançou a fama internacional com o filme "Uma Separação", de Asghar Farhadi, que ganhou um Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2011 e um Óscar de melhor filme estrangeiro no ano seguinte.