Bebé raptada domingo já regressou a casa

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Já regressou a casa a bebé de 23 dias que tinha sido raptada no domingo, dia 14, num cabeleireiro de Queluz. A Polícia Judiciária encontrou a menina na terça-feira à noite, bem de saúde, em casa de familiares da presumível raptora, na Brandoa. Os familiares mostraram-se surpreendidos com a busca da polícia, porque estavam até então convictos de que aquele bebé era, efectivamente, filho da autora do crime.

A presumível sequestradora é uma jovem de 18 anos que, por razões de natureza afectiva, simulou uma gravidez e fingiu que tinha tido bebé recentemente. Segundo fonte da PJ, a jovem terá conseguido convencer o rapaz com quem queria casar de que estava grávida, levando o embuste até ao fim e fazendo-o (bem como a toda a família) acreditar que a criança era sua.

Rosa, cabeleireira do estabelecimento de onde a bebé foi levada, afirmou ainda que a principal suspeita do crime terá reagido de modo emotivo e transtornado à chegada da polícia, gritando que o bebé era seu.

"Pediu para pegar na bebé"

No Cabeleireiro Milú, em Queluz, ainda é difícil falar do assunto. Milú, a proprietária, baixa os olhos e comove-se ao recordar o dia do rapto, agora resolvido: "A mãe da bebé chegou cá às quatro e tal da tarde para fazer extensões", explica a cabeleireira, trémula. "Entretanto chegaram duas moças, primas, uma delas grávida. A grávida perguntou se podia pegar na menina e a mãe disse que sim." Pelo meio, a mulher, que se dizia "grávida de nove meses", fazia perguntas sobre as dores de parto e os cuidados a ter com os recém-nascidos. "Eu até lhe disse: você está grávida de nove meses? Não parece nada! E ela respondeu: eu sou gorda, é por isso que não se nota", pormenoriza Milú, ainda perturbada com a situação.

O que se seguiu deixou em choque todo o salão: "A moça grávida estava com a bebé ao colo sempre junto à porta. De repente, deixámos de a ver. Tinha desaparecido." As pessoas ainda correram a ver se a viam, mas a mulher tinha desaparecido sem deixar rasto.

A Polícia Judiciária começou então uma investigação ininterrupta que contou com uma preciosa ajuda: "A prima da raptora, que veio com ela no dia do rapto, era minha conhecida", explica Rosa, cabeleireira que assistiu a tudo. A PJ não descansou enquanto Rosa não disse de onde conhecia a mulher, único elo com a presumível autora do crime. No dia do rapto, as duas cabeleireiras ficaram nas instalações da PJ "da meia- -noite até às seis da manhã" e no dia seguinte, Rosa andou com a polícia das 13 horas às 22 h. "Até que lá me lembrei que tinha trabalhado na casa da tia dessa moça. A PJ foi lá para saber o nome completo dela e, depois de chegar à prima foi mais fácil chegar à raptora."

A mãe da criança, guineense, está agastada pelo susto mas evidentemente feliz com o regresso da filha. E até já comentou, sem perder o sentido de humor, que vai passar a arranjar o cabelo em casa. A arguida foi ontem presente às autoridades judiciárias para aplicação das medidas de coacção.

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