Bebé de 16 meses cai de 5.º piso e sobrevive

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"Ouvi uma forte batida e quando saí para a rua dei de caras com a criança, estendida no chão, junto a um carro, inanimada e a sangrar da boca e do nariz. Reconheci o Leandro e percebi de imediato que ele tinha caído da varanda. Fiquei sem pinga de sangue". Foi assim, com ar visivelmente transtornado, que José Eduardo, o proprietário da Pastelaria Glu-Glu, relatou ao DN os momentos vividos depois de um bebé de 16 meses ter caído da janela de um quinto andar de um prédio de oito pisos, situado ao lado daquele estabelecimento, na EN125, em Olhão. Quase por milagre, a criança sobreviveu.

Valeu ao Leandro ter caído em cima de um carro que estava estacionado no passeio. "A viatura amorteceu a queda", explicou ao DN Pedro Santos, o assessor de imprensa do Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM, que assistiu o bebé no local, poucos minutos depois das 10.00. A criança foi estabilizada pela equipa do INEM e transportada para o Hospital Distrital de Faro (HDF) com traumatismos craniano e torácico. À hora do fecho desta edição, o menino continuava internado nos Cuidados Intensivos de Pediatria, com uma hemorragia cerebral. Segundo fonte hospitalar, o bebé "estava consciente e com respiração autónoma e boa mobilidade", sendo a sua situação clínica "estável, com um prognóstico razoável".

A viatura que protegeu o Leandro pertence ao administrador do prédio (o n.º 131), que habita no 6.º andar, mesmo por cima da família da criança. Fernando Esperança, de 74 anos, ficou com o carro amolgado devido à queda, mas dá graças a Deus pelo facto. Só lamenta que as várias tentativas que a sua mulher, Maria da Conceição, fez para evitar a queda do bebé tenham sido infrutíferas.

É que aquela senhora, conforme relatou ao DN, estava a limpar os vidros da porta da sala que dá para um varandim em ferro quando reparou que no andar inferior, no mesmo varandim, o Leandro brincava com os cortinados, agarrando-se ao gradeamento.

Verificando o perigo que a brincadeira encerrava, foi bater à porta do apartamento, um T2, para alertar a mãe, Andreza. "Tocou com insistência à campainha, mas ninguém abriu", contou Fernando Esperança, adiantando que a mulher voltou a casa e quando se dirigiu à sua janela "o bebé estava já com uma perna de fora dos ferros". "Voltou a bater à porta com toda a força que tinha e só ao fim de algum tempo é que a mãe abriu. Com ar de quem tinha estado a dormir. Quando foi à janela, o filho estava já lá em baixo", acrescentou.

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