BE pede "esclarecimentos urgentes" sobre urgência de otorrinolaringologia no Santa Maria

O BE denunciou hoje a situação de um utente que se queixava com "fortes dores nos ouvidos" e não foi atendido numa urgência no Santa Maria por um otorrinolaringologista, tendo-lhe sido marcado uma consulta para dois dias depois.
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A situação é denunciada numa pergunta dirigida ao Ministério da Saúde, que dará hoje entrada nos serviços do parlamento, em que o Bloco de Esquerda (BE) pede "esclarecimentos urgentes" quanto à prestação de cuidados de urgência de otorrinolaringologia naquele hospital.

Segundo o BE, a situação passou-se no dia 08 de agosto, quando um cidadão residente em Lisboa se dirigiu à urgência" do Santa Maria com "fortes dores e corrimento nos ouvidos".

"Após duas horas a aguardar atendimento, foi chamado a uma sala onde lhe foi entregue um formulário que já vinha preenchido tendo-lhe sido indicado que, com aquele documento, lhe iria ser marcada uma consulta de otorrinolaringologia para os próximos dias", referem os bloquistas, adiantando que a consulta da especialidade foi agendada para dois dias depois.

Contactado pela agência Lusa, o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), que integra o Hospital Santa Maria, afirmou que, com os dados apresentados na pergunta "não é possível responder ao caso concreto", mas explicou que para "ter ocorrido marcação de consulta, tal significa que o doente foi observado/atendido no Serviço de Urgência".

"Atendendo a que foi marcada consulta para dois dias depois, deduz-se que o doente em questão não preencheria os critérios de observação urgente por otorrinolaringologista", afirmou o CHLN numa resposta escrita enviada à Lusa.

Na pergunta, o BE sublinha, que "perante a estupefação e perplexidade do utente relativamente ao facto de ir sair do hospital sem ser atendido, foi-lhe referido que, de acordo com uma diretiva recente, tinham deixado de chamar otorrinolaringologistas à urgência, exceto em três situações específicas", entre as quais o traumatismo craniano.

Para os bloquistas, esta situação é "absolutamente inusitada e incompreensível, carecendo de esclarecimento urgente".

"Não se compreende nem se pode aceitar que um hospital da dimensão e grau de diferenciação do Hospital de Santa Maria não tenha atendimento urgente de otorrinolaringologia. É fundamental perceber se esta bizarra situação configura um caso isolado ou se é de facto uma praxis desta urgência hospitalar", defendem.

O CHLN esclareceu que o Serviço de Otorrinolaringologia funciona 24 horas por dia e que existe um protocolo pré-definido para as situações em que o utente deve ser observado por um especialista.

"Todas estas decisões são de natureza clínica e face aos dados disponibilizados não parece ter existido qualquer situação anómala", sustentou.

  O Bloco de Esquerda questiona o Governo sobre como se explica o sucedido com este paciente, se esta é uma prática corrente no Santa Maria e qual a diretiva invocada pelo hospital para não ter urgência de otorrinolaringologia, exceto em três situações.

Pergunta ainda ao Governo que "medidas urgentes" vão ser implementadas para garantir o normal funcionamento da urgência de otorrinolaringologia neste hospital.

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