BCP diz que situação de Chipre não é extrapolável
Nuno Amado, que falava à agência Lusa à margem das jornadas "Millennium Empresas", hoje realizadas em Aveiro, afirmou compreender que o que se passa em Chipre tenha gerado "algum receio" nas pessoas que têm depósitos bancários, mas salientou que o sistema financeiro cipriota tem características únicas.
"Não qualifico a decisão de Chipre, mas a situação cipriota é única. É um país conhecido pela dimensão do setor financeiro face ao PIB, que é muito maior que o nosso, e pela componente de depósitos internacionais, mais as características de um setor financeiro exterior com vantagens fiscais. Tem uma personalidade que não existe em nenhum outro país da Europa", comentou.
Para o presidente da comissão executiva do BCP, a questão de Chipre "não tem qualquer relação com a situação portuguesa", ou sequer com os outros sistemas financeiros europeus, pelo que tem de ter uma solução distinta.
"Em termos de cumprimento do nosso acordo com a 'troika', estamos a cumprir adequadamente e nesse plano não é nada parecido. A nossa evolução neste momento é positiva nesse aspeto de cumprimento", reforçou.
Questionado sobre a possível venda da operação do grupo na Grécia, Nuno Amado limitou-se a dizer esperar que haja notícias "proximamente" e que, como banco cotado, dará informações quando o processo estiver concluído.
Já quanto à continuidade da presença na Polónia, defendeu que ela faz todo o sentido para o banco e para o país", como um dos mercados em maior crescimento, onde o BCP está presente, a par de Moçambique e de Angola.
"Neste momento há um processo com a Direção-Geral da Concorrência, que não é diretamente connosco, mas que também nos afeta, e as decisões vão ser conhecidas em abril ou princípio de maio. Vamos fazer tudo o que for possível para que a Polónia se mantenha como um mercado do banco, mas é um processo que não depende apenas de nós e não é ainda o momento de fechar o processo negocial que ainda está em fase preliminar", declarou.