Bastonária defende criação de carreira no SNS para farmacêuticos
A bastonária dos Farmacêuticos defende a criação de uma carreira dentro do Serviço Nacional de Saúde para os farmacêuticos. A responsável propõe ainda um estágio para os profissionais que trabalhem nos hospitais, em áreas mais tecnológicas como as medicações inovadoras, analistas clínicos e genética humana.
"As farmácias hospitalares têm sofrido uma evolução positiva muito grande na última década e são uma área de vanguarda no SNS que está muito perto da atividade clínica. Os processos de certificação dos hospitais estão relacionados com a garantia de segurança no circuito do medicamento. Uma área muito importante que hoje está consolidada de forma muito segura que permite detetar reações adversas facilmente e que se preocupa cada vez mais com a efetividade dos medicamentos. Este é um trabalho que nos permite garantir que os resultados existem", começou por dizer Ana Paula Martins, que ontem visitou a farmácia hospitalar do hospital de Vila Franca de Xira, um laboratório de análises clínicas e uma farmácia comunitária.
A visita serviu também para sensibilizar profissionais e instituições para criação da carreira farmacêutica. Estes profissionais já tiveram uma carreira, que foi extinta em 1981 com a criação da carreira dos técnicos superiores de saúde. "Achamos que os farmacêuticos devem ter a sua própria carreia. Estamos numa zona amarela, em que dentro de cinco a dez anos deixaremos de ter os farmacêuticos mais antigos disponíveis para fazer supervisão e acompanhar os profissionais mais novos. Quando terminam a licenciatura, a autonomia é limitada pela ausência de experiência por não terem passado pelo exercício clínico", refere a bastonária.
Por isso, Ana Paula Martins propõe a criação de um estágio de quatro anos para os farmacêuticos que venham a integrar a carreira dentro do SNS. "Este seria um estágio sobretudo para a farmácia hospitalar, mas também para analistas clínicos e genética humana. São as áreas mais tecnológicas. Seria um estágio de quatro anos, equiparado ao que existe a nível europeu", explica a responsável, adiantando que iniciaram negociações sobre a criação da carreira com o anterior governo, diálogo que continua com o novo Ministério da Saúde.