Barroso e Dilma defendem mais proteção de comunicações e Internet

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, convergiram hoje na necessidade de aumentar a proteção de comunicações e transações na Internet, que garanta direitos legais e de soberania.
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As posições dos dois responsáveis foram assumidas em Bruxelas, na conferência de imprensa que fechou a cimeira União Europeia-Brasil, que decorreu ao longo de toda a manhã.

Questionados sobre uma proposta da chanceler alemã, Angela Merkel, para criar uma rede europeia de comunicações, que surgiu na sequência dos casos de espionagem das comunicações de vários líderes mundiais pelos Estados Unidos, o presidente do executivo comunitário começou por dizer que esta não tinha sido abordada diretamente, que teve um debate mais geral com a governante brasileira sobre cibersegurança.

"Não falámos da proposta da chanceler Merkel, mas da grande convergência de posições que há entre a União Europeia e o Brasil", afirmou, acrescentando que Bruxelas estará "representada a alto nível" num debate sobre o tema que decorrerá em São Paulo em abril.

José Manuel Durão Barroso vincou que a União Europeia quer contribuir para garantir "uma Internet livre, aberta e segura, em que se respeite a privacidade das transações das pessoas e das empresas".

"Damos muita importância e prioridade ao reforço da resistência das redes digitais no mundo inteiro", sublinhou o presidente da Comissão Europeia, que defendeu a importância deste "novo diálogo".

Dilma Rousseff, que no passado foi muito crítica em relação aos casos de espionagem pelos Estados Unidos por ela própria ter sido escutada, separou os temas "segurança de comunicações" e "governação da Internet".

"Saúdo a chanceler Merkel por propor essa rede, nós temos uma preocupação similar, principalmente quando se trata de comunicações de fibra ótica interoceânica", afirmou a Presidente brasileira.

Dilma Rousseff disse que as verificações de segurança desses cabos são essenciais e defendeu a necessidade de respeitar sempre "os direitos e a soberania" dos Estados e das empresas.

A notícia das escutas por parte dos Estados Unidos a Dilma Rousseff gerou uma crise diplomática entre os dois países, que levou mesmo ao adiamento, em outubro do ano passado, de uma visita oficial que a Presidente brasileira tinha previsto a Washington.

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