Barcos do Montijo vão engarrafar Cais do Sodré
O tráfego automóvel na zona do Cais do Sodré, em Lisboa, promete complicar-se ainda mais a partir de segunda-feira, quando o terminal fluvial daquela área passar a ser também utilizado pelas embarcações da Transtejo de ligação ao Montijo. Feitas as contas, são mais cerca de 2860 pessoas que vão desembarcar no Cais do Sodré de manhã e depois voltar a embarcar, ao final da tarde. O problema para o trânsito é que o acesso pedonal à estação fluvial é feito por uma passadeira para peões sem semáforo na Rua de Cintura do Porto de Lisboa. Como as pessoas não param de atravessar a estrada, o automóveis não podem avançar, formando-se longas filas de carros e engarrafamentos.
Sobre esta questão, um motorista de táxi disse ao DN que "passar aqui nesta zona é muito complicado, principalmente na hora de ponta da manhã. Chega um barco, saem montes de passageiros e vêm todos ter a esta passadeira para atravessar a estrada. Quando estão quase a acabar os passageiros desse barco, atraca outro e descarrega mais uma data deles, que se juntam aos outros a atravessar a passadeira".
"Aquilo nunca mais acaba de passar gente e chegamos a ficar ali parados cinco minutos ou mais até haver um intervalozinho entre as pessoas para podermos avançar", referiu o mesmo taxista, adiantando que o mesmo sucede "ao fim da tarde, porque as pessoas têm de atravessar esta rua para ir apanhar o barco".
Na sua opinião, "isto não pode continuar assim. Têm de construir um túnel ou uma passagem superior para peões".
O pior é que a situação ainda se vai agravar mais. Isto porque, a partir de amanhã, os barcos provenientes do Montijo - que até agora atracavam no Terreiro do Paço - vão passar a ter o seu terminal no Cais do Sodré. Juntam-se nesta estação às carreiras provenientes do Seixal (que trazem 3300 passageiros todas as manhãs) e de Cacilhas (22 100 passageiros). Tudo somado, significa que ao terminal fluvial do Cais do Sodré vão chegar todas as manhãs cerca de 28 260 pessoas.
Um mundo de gente que vai atravessar a passadeira da Rua de Cintura do Porto de Lisboa e obrigar os carros a parar, formando longas filas que chegam ao largo do Cais do Sodré e acabam por causar engarrafamentos na Avenida 24 de Julho, na Praça do Duque da Terceira.
As carreiras fluviais do Montijo são amanhã transferidas do Terreiro do Paço para o Cais do Sodré, enquanto decorrem - num prazo previsto de sete meses - as obras para construir, junto da Praça do Comércio, o interface que une as estações do Metropolitano de Lisboa e da Transtejo. No terminal fluvial do Terreiro do Paço apenas se vão manter as carreiras de ligação ao Barreiro.
Fonte da Transtejo revelou ao DN que as obras na estação fluvial do Terreiro do Paço implicam "a construção de um novo edifício e a substituição das velhas rampas de acesso e pontões de embarque por um conjunto de cinco modernos pontões flutuantes guiados por estacas. Será também alterado o perfil da muralha para atenuar o efeito das ondas nos navios atracados aos pontões".