Bárbara na rua agita hostes do PSD

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A entrada de Bárbara Guimarães na campanha de Manuel Maria Carrilho está a preocupar as hostes da candidatura do PSD à Câmara Municipal de Lisboa (CML), liderada por Carmona Rodrigues. O DN sabe que a estrutura de campanha já discutiu informalmente o assunto, ao ponto de considerarem que desde o dia 18 - o dia em que a mulher de Carrilho se estreou na Feira do Relógio - a candidatura do PS "tem tido mais tempo de antena nas televisões."

Junto de Carmona Rodrigues fizeram-se medições de audiometria aos vários serviços noticiosos, tentando confirmar esta tese. Dados da Marktest-Mediamonitor a que o DN teve acesso, referentes ao período entre 19 e 27 de Setembro, acabam por não confirmar um acréscimo substancial de Carrilho nos vários telejornais por causa de Bárbara.

Ao DN, Fontão de Carvalho, candidato a vice-presidente da CML na lista de Carmona Rodrigues, comenta desta forma, o tratamento dado à candidatura de Carrilho "Os lisboetas sabem distinguir os candidatos de outros personagens da vida pública. É óbvio que não temos o mesmo tempo de antena que a outra candidatura. Mas isso não tem a ver com o PS, tem a ver com o candidato Carrilho. O dr. Mário Soares, por exemplo, suspendeu os artigos que escreve para não ser acusado de tratamento privilegiado. Já Eduardo Prado Coelho [primeiro suplente da lista socialista à CML] escreve despudoradamente em prol de Carrilho num diário". Sobre o "fenómeno Bárbara", Fontão de Carvalho diz que "quem não tem cão, caça com gato, que é como quem diz, quem não tem programa próprio usa outras técnicas de campanha. São técnicas que não adoptamos". E acrescenta que Carmona "continuará a pautar a campanha pela difusão de ideias e não pelo insulto ou demagogia baratos."

Na candidatura de Carmona sustenta-se que "a situação não é crítica, mas casos como este merecem que não se jogue para segurar o resultado, como se diz no futebol", diz fonte social-democrata. Outra fonte lembra que há estudos internos que dão agora uma "distância curta de dois ou três pontos" entre os dois candidatos.

Apesar da situação de 'alerta laranja', a candidatura não irá mudar a estratégia. Segundo Fontão, a ideia é manter "a campanha ao nível que os lisboetas merecem, transmitindo ideias e cumprindo a lei". Sobre a alegada apreensão e a campanha socialistas, diz "Preocupam-nos mais outras ilegalidades publicitárias cometidas pela candidatura do PS. No momento de votar os lisboetas sabem bem quem é o candidato. Não alinhamos em folclores, mas que existem, existem."

"Absolutamente normal". Carrilho tem sido acompanhado pela mulher nos contactos de rua, mas desdramatiza "Ela está na campanha como minha mulher, como estão as mulheres de todos os candidatos. É absolutamente normal."

Se o "factor Bárbara" preocupa o PSD, o "efeito presidente da câmara" preocupa o PS. Carmona alterna a sua qualidade de candidato com a de autarca o que, na opinião do staff de campanha de Carrilho, o deixa em vantagem . "E mistura os dois papéis", afirma a mesma fonte.

Outro facto que preocupa os socialistas é a recusa de Carmona em debater com Carrilho, pois esse é o ponto fraco do candidato do PSD, dizem os socialistas. Ainda ontem Carrilho insistia nessa tecla "Compreendo que ele não queira debater, não tem sentido de futuro e uma pessoa que tem medidas para o futuro quer debater, expô-las e discuti-las e ele não tem".

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