Banhistas desconhecem perigos de praia fluvial

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Esposende. Menina de oito anos morreu afogada domingo à tarde

Zona não é vigiada e o rio tem corrente forte e com redemoinhos

Na praia fluvial da Barca do Lago, em Fonte Boa, concelho de Esposende, os banhistas mostravam ontem algum receio de entrar na água depois de, no dia anterior, uma menina de oito anos ter morrido afogada, arrastada pela forte corrente do rio Cávado. A opinião geral é a de que o espaço, que não está concessionado, devia ter vigilância e placas informativas alertando os frequentadores para os eventuais perigos.

"Venho para aqui há muitos anos e nunca presenciei nenhum acidente, mas sei que tem morrido gente afogada", afirmou ao DN Graça Simões que ontem se deslocou da Póvoa de Varzim até Esposende para fazer praia. Com a filha e o neto foram até à água "mas só para molhar os pés". O rapaz, de cinco anos, no entanto não parava de reclamar junto da avó, porque queria tomar banho.

"O rio é muito perigoso. À primeira vista parece calmo mas as correntes são muito fortes e depois tem redemoinhos e poços. Devia haver mais informação aqui a alertar as pessoas para esses perigos", salienta José Garrido, residente no Porto, e que conhece bem o local por ali praticar canoagem. Com os dois filhos já maiores de idade alerta: "Até mesmo para um adulto por vezes é complicado por isso não é de todo aconselhável a crianças sem alguém por perto".

Na tarde de domingo, Soraia Cunha, de oito anos, brincava na margem do rio com uma prima quando repentinamente desapareceu. A menina, oriunda de Caxinas (Vila do Conde), passava a tarde na praia da Barca do Lago com uma tia, tendo o alerta sido dado pela prima. Um pescador ainda mergulhou no local e chegou a agarrar os cabelos da criança, mas a forte corrente levou-a. Seria encontrada sem vida numa zona de lodo, praticamente no mesmo local onde caíra.

"Na margem é baixinho mas quem estiver na água e der um passo para dentro encontra logo uma zona mais funda por isso é um pouco traiçoeiro", garante Manuel Ribeiro, que explora um café junto ao areal. Garante contudo que os acidentes são raros e que as pessoas procuram a praia para passear, acampar e fazer churrascos. "Só as crianças é que gostam de tomar banho e, é claro, cada um deve tomar conta dos seus", acrescenta. Esta praia fluvial é frequentada, curiosamente na sua maioria, por pessoas da zona costeira e com praias de mar, sendo a maior parte dos utilizadores oriundos de Caxinas. |

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