Bandeira de Portugal arreada em Sarajevo ao fim de 16 anos
A cerimónia realizou-se às 11.30 locais (10.30 de Lisboa) e marcou o fim definitivo de 16 anos de presença militar ininterrupta das Forças Armadas portuguesas na Bósnia.
Após breves discursos por parte do comandante da EUFOR, major-general Robert Brieger, e de Sónia Melo e Castro, esta recebeu a bandeira das mãos daquele oficial e entregou-a depois ao tenente-coronel Francisco Martins, chefe da equipa de três militares encarregue de encerrar a missão.
Portugal iniciou a missão na Bósnia em Janeiro de 1996, que terminou formalmente a 16 de Dezembro de 2011.
"Participámos nas diferentes fases da operação das forças internacionais na Bósnia-Herzegovina, primeiro sob a bandeira da NATO e, desde 2004, pela da UE", disse Francisco Martins ao DN. "Foram 14 rotações" com duas equipas instaladas em Modrica e Derventa, onde "contactávamos com as autoridades locais, directores das escolas, responsáveis da polícia, com as pessoas", adiantou o militar.
Ao longo dos 16 anos de missão, a mais longa e ininterrupta das forças nacionais destacadas nas operações de paz e humanitárias, Portugal perdeu cinco militares: os primeiros-cabos Alcino Mouta e Rui Tavares, os soldados Francisco Barradas, Ricardo Souto e Ricardo Valério (todos pára-quedistas).
O fim da missão coincidiu com a recuperação do monumento à presença portuguesa na Bósnia que está em Doboj, através da recolocação de uma placa com os nomes dos cinco militares mortos.
A placa original foi retirada há alguns anos, desconhecendo-se por ordem de quem e para onde foi enviada. O próprio monumento foi alterado, deixando de homenagear os mortos para assinalar apenas a presença portuguesa e, em particular, a do Exército.
Para preservar a memória dos soldados mortos, três antigos páras - Miguel Machado, António Amaro e Aquilino Oliveira - organizaram a chamada operação "Não os Esquecemos", que teve lugar quinta-feira em Doboj.