Banco de Portugal e associação de 'fintech' debatem regulação no setor

O Banco de Portugal e a Associação FinTech e InsurTech Portugal acordaram fazer reuniões regulares para debater os problemas do setor 'fintech' em Portugal e as adaptações a fazer na regulação para lidar com a inovação tecnológica.
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A Associação FinTech e InsurTech Portugal (AFIP) divulgou hoje que na segunda-feira se reuniu com o Banco de Portugal num encontro em que foi discutido "o potencial, a situação e os problemas do setor 'FinTech' [empresas tecnológicas de serviços financeiros] em Portugal" e em que acordaram encontros regulares de trabalho.

O administrador executivo da AFIP, Luís Miguel Vieira, disse à Lusa que acordaram "sessões de trabalho mensais" com o Banco de Portugal para debater questões regulatórias, nomeadamente como Portugal adaptará a regulação às evoluções tecnológicas e como fará a passagem para a lei portuguesa de normas europeias.

A AFIP representa mais de 70 empresas tecnológicas que operam também na área das 'fintech', empresas de tecnologias financeiras. Esta quinta-feira participará numa reunião do grupo de trabalho sobre 'fintech' promovido pelo Ministério da Economia.

O Banco de Portugal criou recentemente um grupo de trabalho com o objetivo de estudar a evolução da banca digital e das 'fintech'.

O administrador do banco central Hélder Rosalino, que se tem dedicado a este tema, disse na semana passada que o Banco de Portugal está "ativo" no acompanhamento da inovação digital no sistema financeiro, com cada vez mais "proximidade e abertura ao setor das 'fintech'".

Para Rosalino, hoje já é certo que "uma nova onda de inovações tecnológicas está a acelerar a mudança no setor financeiro, com um forte impulso das 'fintech'", com impacto em serviços de pagamentos, financiamento, gestão de ativos, soluções de poupança e de seguros, pelo que é inevitável debater os "grandes desafios que a inovação digital coloca ao sistema financeiro e à sua regulação".

Sobre o papel dos bancos tradicionais face às 'fintech', considerou que estes devem aliar-se a estas, beneficiando da sua "capacidade de inovação, da flexibilidade, do poder de disrupção e da ausência de legacy [legado] das fintech".

Já as "fintechs, por seu lado, beneficiam da solidez, da reputação, da dimensão e da escala de negócio que as instituições de crédito lhes podem oferecer para potenciar as soluções inovadoras que criam", acrescentou.

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