Banco de Inglaterra revê em baixa para 1,2% crescimento do PIB britânico em 2019

O Banco de Inglaterra reduziu hoje para 1,2% a previsão de crescimento da economia do Reino Unido para este ano, contra 1,7% previsto em novembro e o ritmo mais baixo desde 2009.
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O banco central também reviu em baixa, para 1,5%, a previsão de crescimento da economia em 2020 devido à "intensificação" da incerteza sobre o 'Brexit' ou saída do país da UE e à desaceleração da economia global, segundo um comunicado da instituição.

Depois desta revisão em baixa das expectativas económicas, a libra esterlina caiu 0,6% face ao dólar, para 1,285 dólares, e 0,3% face ao euro, para 1,134 euros.

"O nevoeiro do 'Brexit' está a provocar volatilidade a curto prazo nos dados económicos e, mais fundamentalmente, uma série de tensões", declarou o governador do banco central britânico, o canadiano Mark Carney, quando apresentava em conferência de imprensa o relatório periódico da instituição sobre estabilidade financeira.

Carney sublinhou que a "confiança do consumidor baixou outra vez em janeiro" e recordou que os investimentos empresariais se reduziram desde a votação pelo 'Brexit' no referendo de 23 de junho de 2016.

O Banco de Inglaterra manteve hoje as taxas de juro no Reino Unido, em 0,75%, e o programa de estímulo económico, à espera de ver os efeitos na economia da saída do país da União Europeia (UE).

Depois da reunião periódica, a comissão de política monetária agiu com cautela face "à desaceleração da economia global" e ao impacto do 'Brexit', previsto para 29 de março, tendo em conta que ainda não se sabe se a saída do Reino Unido do bloco se concretizará com ou sem acordo bilateral.

Além de manter as taxas de juro, a entidade também não alterou o programa de estímulo económico, com o qual desde 2009 destinou 445.000 milhões de libras (506.000 milhões de euros, à taxa de câmbio atual) à compra de títulos de dívida privada e, sobretudo, soberana.

O banco central estima que a inflação, que se situou em 2,1% em dezembro, continuará a cair a curto prazo até ficar abaixo do objetivo oficial da entidade de 2%.

Num comunicado, o banco central precisa que as perspetivas para a economia britânica dependerão "significativamente da natureza da saída da UE", "em particular dos novos acordos comerciais entre a UE e o Reino Unido, se a mudança para estes é abrupta ou suave e de como as famílias, empresas e mercados financeiros responderão", afirmou.

Num relatório de novembro para o Parlamento, o Banco de Inglaterra previu que no pior cenário do 'Brexit' -- uma saída abrupta sem acordo nem período de transição -- o Produto Interno Bruto (PIB) poderia recuar 8% face aos níveis atuais e a libra cair 25%, mergulhando o Reino Unido numa recessão.

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