Banco de Chipre recusa demissão de diretor
"O conselho não aceitou a demissão", informaram os administradores do banco central do país, em texto revelado ao final da tarde e citado pela agência AFP.
Para além de Andreas Artemi, quatro dos 14 administradores da entidade pediram hoje a demissão do cargo, sendo que todos os pedidos foram recusados pelo conselho de administração.
Horas antes, o Banco Central de Chipre disse hoje que o Laiki Bank (Banco Popular), a segunda maior instituição bancária do país, será o único a ser liquidado no âmbito do plano de resgate financeiro acordado a nível internacional.
O banco central do país emitiu hoje um comunicado com o intuito de esclarecer os cipriotas sobre os diferentes aspetos do modelo de resgate acordado com o Eurogrupo.
O plano de resgate financeiro do Chipre prevê o encerramento do Laiki Bank e a restruturação do Banco de Chipre, em troca de um empréstimo de 10 mil milhões de euros, provenientes sobretudo do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), mas ainda com uma contribuição do Fundo Monetário Internacional (FMI) que permanece por determinar.
No texto de hoje, o Banco Central de Chipre sublinha que a reestruturação de um banco não é sinónimo da sua liquidação, procurando afastar rumores que apontavam para esta entidade o mesmo destino que será dado ao Laiki Bank.
De acordo com os meios de comunicação locais, que citam fontes do Banco do Chipre, Artemi havia apresentado pelas 11:00 (hora de Lisboa) a sua demissão perante a direção do banco.
Segundo as fontes, Artemi não estava de acordo que o Banco do Chipre assumisse as dívidas que o Banco Popular (Laiki Bank) tem com o mecanismo de liquidez do Banco Central Europeu (BCE), no valor de 9.000 milhões de euros, numa intervenção acordada na reunião do Eurogrupo na segunda-feira.
Segundo as fontes, citadas pela agência Efe, não foi igualmente ouvida a opinião da administração do banco no que se referiu à nomeação do administrador especial, Dinos Jristofidis, encarregado de aplicar as medidas de correção na instituição.
Além de uma ampla reestruturação do setor bancário, as autoridades cipriotas vão igualmente assinar nas próximas semanas com a 'troika' (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) um protocolo de acordo que prevê reformas estruturais, privatizações e um aumento do imposto sobre as empresas, de 10% para 12,5%.