Baixo Alentejo manifesta-se em Lisboa para apresentar "caderno reivindicativo"

Centenas de pessoas são esperadas numa manifestação na quinta-feira, em Lisboa, em frente à Assembleia e à Presidência da República, promovida por um movimento para apresentar um "caderno" com reivindicações do Baixo Alentejo, como melhores acessibilidades.
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Trata-se de uma "manifestação cultural" para a população do Baixo Alentejo apresentar um "caderno" com "exigências que considera prioritárias para a região", explicou hoje à agência Lusa Florival Baiôa do movimento de cidadãos "Beja Merece +".

A conclusão da Autoestrada 26 até Vila Verde de Ficalho, passando por Beja, requalificação de estradas de acesso à região, eletrificação dos troços ferroviários Beja-Casa Branca e Beja-Funcheira da Linha do Alentejo, "total aproveitamento" do aeroporto e melhores serviços de saúde para o Baixo Alentejo são algumas das exigências, precisou.

O movimento, criado em 2011 por habitantes de Beja, espera juntar "cerca de 600 pessoas" na manifestação, disse Florival Baiôa, referindo que a maioria, "cerca de 500", deverá deslocar-se até Lisboa em dez autocarros (oito cedidos por municípios, um por uma empresa da região e outro fretado pela organização).

A manifestação vai decorrer na quinta-feira da Ascensão, Dia da Cidade e feriado municipal de Beja e incluir duas ações, a primeira em frente à Assembleia da República e a segunda no jardim em frente ao Palácio de Belém, a residência oficial do Presidente da República, explicou.

Os participantes deverão chegar nos autocarros cerca das 11:00 ao Largo do Rato e, a partir daqui, seguirão a pé até às escadarias da Assembleia da República, onde irão concentrar-se, a partir das 11:30, para se manifestarem e promoverem "ações culturais", como cantar as modas alentejanas "Alentejo, Alentejo" e "Quinta-feira da Ascensão" e o hino do "Beja Merece +".

Durante a primeira ação, indicou, membros do movimento vão ser recebidos por um membro da presidência da Assembleia da República, a quem entregarão o texto da petição pública com as exigências promovida pelo "Beja Merece +" e subscrita por "cerca de 26 mil" pessoas.

Segundo Florival Baiôa, durante a primeira ação, membros do movimento esperam também entregar aos representantes dos grupos parlamentares o texto da petição e "um dossiê com as razões porque se deve investir publicamente no Baixo Alentejo".

Na segunda ação, a partir das 13:00, no jardim em frente ao Palácio de Belém, os participantes vão concentrar-se para um piquenique, com produtos da região, como pão, queijos, enchidos e vinho, e para promoverem mais ações culturais.

Segundo a petição, há empresas a investir na agricultura e na agroindústria e investidores interessados na "exploração da cadeia de valor aeronáutico" do Baixo Alentejo, onde o turismo "cresceu exponencialmente" e aumentaram "os níveis de produtividade, contribuindo para o equilíbrio" da balança comercial portuguesa.

No entanto, o investimento público na região, excluindo o feito no projeto Alqueva, "é quase nulo", refere o texto da petição, onde se lê que os habitantes do Baixo Alentejo "continuam esquecidos pelo poder central e centralizador, que não olha para a contínua desertificação demográfica" que os atinge.

O Baixo Alentejo "precisa de melhores estradas e de proporcionar condições para instalação de novas empresas e fixação de população", a ferrovia está "completamente degradada" e o serviço de comboios é "vergonhoso".

A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo "não tem condições operacionais para suportar qualquer oscilação demográfica", tem "instalações exíguas" e "falta de meios humanos e materiais", refere a petição.

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