Baixa de Setúbal com videovigilância à noite
O avolumar de assaltos e actos de vandalismo registados durante a noite nos últimos meses na baixa de Setúbal, levaram a autarquia sadina a ceder a uma antiga reivindicação dos comerciantes locais, tendo decidido a colocação de videovigilância nas principais ruas do centro histórico. Contudo, apesar dos comerciantes preferirem que as filmagens sejam captadas a tempo inteiro, o sistema vai funcionar apenas entre as 19.00 e as 08.00, período em que as lojas estão fechadas ao público.
É por esta razão que a autarca Maria das Dores Meira - que até aqui se tinha mostrado contra a instalação do sistema, alegando que afecta a privacidade dos cidadãos - rejeitou ao DN ter havido uma inversão na estratégia do município. "A videovigilância não vai funcionar de dia, que era aquilo que mais afectava a liberdade das pessoas", justificou, revelando que face a indisponibilidade da autarquia para avançar com a captação diurna de imagens nas ruas da cidade, a Associação de Comerciantes de Setúbal propôs, como alternativa, que fosse feita a aplicação do sistema para funcionar apenas durante a noite.
"Nós achamos que isso já é viável e pode ser dissuasor do vandalismo que se tem registado e que nós não queremos esconder", disse a edil, revelando que o projecto já foi apresentado pela própria autarca ao ministro da Administração Interna, Rui Pereira, tendo o governante assumido que se irá encarregar do processo, que contempla a instalação das câmaras e a respectiva ligação a esquadra da PSP.
"Os comerciantes vão entregar-nos uma lista com as ruas mais vulneráveis ao vandalismo e nós, já na próxima semana, iremos enviar esse documento ao ministro", revelou Dores Meira, não escondendo o seu receio face ao efeito que esta operação poderá provocar ao nível de uma redução no policiamento da cidade.
É que, segundo a autarca, a videovigilância, por si, "não resolve os problemas da criminalidade, como se prova nos bancos e nas gasolineiras, e eu temo que este sistema provoque algum descanso excessivo, que leve à reduzir o número de polícias a afectar a Setúbal." Dores Meira alertou que os índices de criminalidade que fustigam a cidade justificam uma "policia de proximidade, que garanta segurança para as pessoas."