Ayrton Senna, uma curva fatal no destino

No Brasil, ficou marcado como um dos dias mais tristes na memória colectiva do país. Na Fórmula 1 , ficou gravada como a página mais negra de um desporto que já vira desaparecer outros grandes de forma trágica, como Gilles Villeneuve. A 1 de Maio de 1994, Tamburello transformou-se em curva maldita no destino de Ayrton Senna da Silva, o mais carismático piloto da história da Fórmula 1. Ontem, cumpriram-se 14 anos após a sua morte no Grande Prémio de San Marino.

Depois de duas desistências consecutivas nas primeiras provas desse Mundial de 1994, no qual se estreava ao volante de um Williams, Ayrton Senna liderava o Grande Prémio de San Marino à entrada da 8.ª volta. Um Grande Prémio já pintado de tragédia, com a morte do austríaco Roland Ratzenberger nos treinos

Ayrton Senna entrou na curva Tamburello a quase 300 km/hora e seguiu em linha recta, até embater violentamente no muro. As imagens posteriores deixaram todo o mundo de respiração suspensa. O corpo de Senna inerte, ao lado do carro, com uma azafáma de médicos e assistentes, em vão, a tentar a reanimação do brasileiro. E asism foi durante intermináveis 17 minutos, até o féretro (já o era, sabe-se hoje) de Senna ser transportado de helicóptero para o hospital de Bolonha, onde a sua morte seria confirmada horas depois.

O mais popular campeão de sempre da Fórmula 1 desaparecia assim, em directo, perante milhões de espectadores. A lenda , essa, permanece imortal.

Senna revolucionou o mundo da F1, ganhou três títulos mundiais, bateu recordes atrás de recordes e, sobretudo, deixou um carisma difícil de igualar. "Ayrton tinha um carisma que Schumacher não foi capaz de transmitir", registou Bernie Ecclestone, patrão da F1, após o abandono do heptacampeão Michael Schumacher, o piloto que viria a superar a maioria dos registos de Senna, em 2007.