Avô e neto arrastados pelo mar da Praia Grande
A bandeira vermelha e a violência das ondas da Praia Grande (Sintra) não impediram avô e neto de brincarem com uma prancha à beira mar. Num ápice, foram arrastados pela corrente para uma zona rochosa onde, durante minutos que pareceram horas, os dois corpos foram massacrados pelos sucessivos embates contra as pedras.
À hora de fecho deste jornal, ambos os banhistas, ingleses, estavam no Hospital de Santa Maria, Lisboa, onde deram entrada pelas 15.20, três horas após o acidente. Archie Still, de sete anos, inspirava mais atenção, encontrando-se na Unidade de Cuidados Intensivos de Pediatria. Athole Still, o avô de 75 anos, estava no Gabinete de Cirurgia. Fonte hospitalar disse que "a criança inspira mais cuidados".
Algo que se verificou logo no local e obrigou ao transporte do menino num helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O avô foi levado para o hospital numa ambulância. Este foi o resultado de uma ida à praia no último dia de férias da família Still em Portugal. Archie e a família escolherem precisamente o local da praia onde a ondulação é mais forte (junto às piscinas da Praia Grande) e, por isso, o local preferido dos adeptos do surf e do bodybord.
E foi um praticante de bodybord que resgatou Archie e o avô. "Foi puro desconhecimento deste mar bravo. De repente, foram arrastados. Se não fosse o esforço do avô, o miúdo não sobrevivia. Foi incansável, depois veio o nadador-salvador e a Polícia Marítima (PM). O miúdo emergiu cinco vezes", disse ao DN o surfista Diogo Ferreira.
O nadador-salvador Tomás Sousa lamenta "não ter conseguido segurar o menino". Mas o praticante de bodybord e a PM levaram a criança para fora de água onde foi entubada e ventilada. "Engoliu muita água e tem o corpo todo arranhado", disse quem ouviu o médico do INEM. O avô também foi assistido e apesar das muitas mazelas, pensa-se estar fora de perigo.
No local estiveram a PM, os Bombeiros de Almoçageme e o INEM. Para dispensar este aparato, Leonel Duarte, concessionário daquela zona avisa: "Com bandeira vermelha não se vai à água."