As comemorações iniciam-se pelas 10 horas, na Praça Joaquim Melo Freitas, com a récita de hino evocativo dos Mártires da Liberdade, datado de 1909, pelo Grupo Poético de Aveiro, seguida de declamação junto ao Obelisco, por parte dos alunos da Escola EB1 da Vera Cruz, e da intervenção do presidente da Câmara, Élio Maia, que depositará uma coroa de flores junto ao monumento..No Museu da Cidade de Aveiro, da parte da tarde, Ana Clara Correia, autora do livro "As Cabeças Cortadas - Aveiro e Memória do 16 de Maio de 1828", proferirá o "Discurso de Homenagem aos Mártires da Liberdade"..Foram eles, entre outros, os aveirenses Francisco Manuel Gravito da Veiga e Lima, Francisco Silvério de Carvalho Magalhães Serrão, Clemente da Silva Melo Soares de Freitas, e Manuel Luís Nogueira, enforcados na Praça Nova do Porto, na sequência da tentativa de revolução, e em seguida decapitados, sendo as suas cabeças expostas em Aveiro, durante alguns dias, à entrada do Rossio. .A revolução de 16 de Maio de 1828 começou a ser preparada em Aveiro na loja maçónica da Quinta dos Santos Mártires e sob o impulso de Joaquim José de Queiroz, avô de Eça de Queiroz, sendo apoiada pelo Batalhão de Caçadores 10, aquartelado em Aveiro, com a cumplicidade de várias figuras civis e militares do Porto..Dois anos antes, já o avô de Eça, desembargador da Relação do Porto, quando D. Miguel, nomeado por seu irmão como regente, se fez aclamar rei absoluto, dissolvendo a Câmara dos Deputados, tentou organizar um protesto contra a dissolução do Parlamento..Recolheu-se na Casa de Verdemilho, Aveiro, onde promoveu várias reuniões conspirativas contra o regime absolutista e elaborou o plano da revolução, que foi antecipada em um dia, para a qual contava com o coronel José Júlio de Carvalho, que veio a ser um dos decapitados e comandava na altura o Batalhão de Caçadores 10..Pelas sete horas da manhã de 16 de Maio de 1828, principiava em Aveiro o movimento revolucionário, com civis e soldados daquela unidade militar a darem vivas a D. Pedro IV e à rainha D. Maria II e a rumarem ao Porto, onde a revolução prosseguiu, mas por pouco tempo..Em julho, as forças miguelistas conseguiram entrar triunfalmente no Porto e as tropas liberais, que Joaquim Queiroz acompanhou, retiraram-se para a Galiza..Ao avô de Eça de Queiroz valeu-lhe o exílio, já que os principais mentores da revolta foram condenados à morte e decapitados..A sua memória está perpetuada em várias ruas da cidade, num monumento na Praça Melo Freitas e no Cemitério Central, onde foram depositados os seus restos mortais.