Autárquicas: Presidente eleita do Marco de Canaveses promete resolver dossiê da água

A socialista Cristina Vieira, eleita presidente da Câmara de Marco de Canaveses, disse hoje à agência Lusa que a sua prioridade é resolver o dossiê da água.
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"Já nos sentamos com a empresa [concessionária] e vamos voltar a fazê-lo", adiantou, reconhecendo haver questões burocráticas pelo meio que têm de ser resolvidas.

O dossiê da concessão da água e saneamento a uma empresa privada, que tem sido discutida na justiça, opondo a empresa e a concessionária, foi um dos temas centrais da campanha eleitoral.

Cristina Vieira reafirmou a confiança de que será possível, nas negociações, garantir a realização da obra a curto prazo e a isenção de pagamento das taxas de ligação, conforme foi prometido.

A vencedora das eleições refere, por isso, ser sua vontade maior corresponder à confiança do eleitorado.

"O meu receio agora, que é um desafio, é corresponder às expectativas que a população depositou em nós", afirmou.

Cristina Vieira, que encabeçava a lista do PS, ganhou as eleições autárquicas em Marco de Canaveses, com 44,21%, assegurando quatro dos sete mandatos do executivo municipal, o que corresponde à maioria absoluta.

Os socialistas foram também os mais votados na eleição para a Assembleia Municipal.

Foi a primeira vez que o PS ganhou as eleições autárquicas naquele concelho do interior do distrito do Porto, que foi liderado até 2005 pelo CDS-PP, de Avelino Ferreira Torres, e desde aquele ano pelo PSD, de Manuel Moreira, que não se pôde recandidatar nestas eleições, por já ter cumprido três mandatos.

Cristina Vieira, psicóloga de profissão, preside há vários mandatos à Junta de Freguesia de Soalhães e também lidera a estrutura concelhia do PS. O secretário-geral António Costa esteve no concelho em campanha a apoiar a candidata socialista, elogiando a sua competência e determinação.

A candidata recordou hoje que, no domingo à noite, nos momentos em que se começou a desenhar a vitória do PS, ficou "incrédula" com o resultado, porque as sondagens não eram favoráveis.

"Nos primeiros momentos ainda estava incrédula. Tínhamos a esperança de poder vencer a câmara municipal, mas era apenas esperança, porque as sondagens que o PS tinha, muito recentes ao ato eleitoral, não eram muito favoráveis", reconheceu.

Para Cristina Vieira, nas duas semanas de campanha eleitoral, "as coisas alteraram-se", devido ao contacto intenso que a candidatura realizou com a população.

"Fizemos 15 dias de campanha intensa. Nessa altura, o PS capitalizou muito", considerou, vincando: "Senti grande orgulho na minha equipa, porque, com poucos meios financeiros, conseguimos chegar às pessoas. A minha equipa sempre acreditou".

Quatro dias depois do ato eleitoral que lhe deu a vitória, Cristina Vieira disse à Lusa não ter entrado ainda "em modo presidente".

"Estes dias são para analisar e refletir o que correu bem e o que correu menos bem", disse.

Questionada sobre a importância de, além da vitória, ter conquistado a maioria absoluta, respondeu que o resultado dará "uma estabilidade muito grande".

"Fiquei feliz por ver que o povo de Marco de Canaveses teve maturidade democrática suficiente para saber o que quer. Os marcuenses quiseram dar uma palavra muito forte e sabiam o que queriam e o que não queriam", indicou.

Sobre o futuro, a presidente eleita disse ter "grandes expectativas".

"O programa eleitoral é realista, porque fizemos os estudos necessários, não queríamos vender ilusões, nem sonhos aos marcuenses, anotou, frisando que uma das prioridades é "agilizar a câmara para começar a responder às expectativas dos marcuenses".

Criar um parque empresarial com todas as valências para promover mais investimento no concelho e acentuar a imagem de Marco de Canaveses como concelho com potencial turístico são outras prioridades da equipa liderada pelo Partido Socialista.

A futura líder do executivo declarou também ter uma "equipa motivada" para cumprir o que foi prometido em campanha eleitoral.

"A minha vereação está muito motivada e temos gente que não foi eleita para a vereação que tem muita capacidade técnica e científica, gente com boa vontade que vamos ouvir e que vou ter a trabalhar comigo durante estes quatro anos".

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