Autarca de Reguengos de Monsaraz aplaude classificação de complexo arqueológico

O presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz (Évora), José Calixto, considerou hoje que o Complexo Arqueológico dos Perdigões, no seu concelho, "sai reconhecido e valorizado" com a classificação como monumento nacional aprovada em Conselho de Ministros.
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O reconhecimento aprovado pelo Governo "valoriza o território, valoriza toda a paisagem cultural do sítio [arqueológico] e da envolvente e vem enquadrar-se perfeitamente na estratégia de desenvolvimento turístico deste concelho, porque é um património que sai reconhecido e valorizado", congratulou-se o autarca, em declarações à agência Lusa.

Para José Calixto, a classificação como monumento nacional do complexo arqueológico, situado no Monte dos Perdigões e pertencente à Herdade do Esporão, espelha a importância dos vestígios arqueológicos e a riqueza megalítica do concelho de Reguengos de Monsaraz, no distrito de Évora.

"É o reconhecimento de que este território tem presença humana há muitos milénios. Já o sabíamos, através da riqueza megalítica que temos, com mais de 600 referências megalíticas no concelho", disse.

E, de entre estes, sublinhou, destaca-se, "obviamente", o Complexo Arqueológico dos Perdigões, "pela sua dimensão e riqueza" e que "é estudado há décadas".

O Conselho de Ministros aprovou hoje o decreto que classifica como sítio de interesse nacional, com a designação de "monumento nacional", o Complexo Arqueológico dos Perdigões.

"Foi aprovado o decreto que classifica como sítio de interesse nacional, com a designação de 'monumento nacional', o Complexo Arqueológico dos Perdigões", pode ler-se no comunicado da reunião do Conselho de Ministros, realizada hoje.

Segundo o Governo, a classificação deste complexo arqueológico justifica-se devido às "suas dimensões monumentais" e ao seu "bom estado de conservação", assim como "pela excecionalidade dos materiais nele recolhidos, que identificam uma ocupação por um período superior a mil anos".

Por todos estes motivos, sublinhou o Conselho de Ministros, "o complexo dos Perdigões deve ser reconhecido como um conjunto de superior relevância histórica, cultural e científica com elevado potencial de valorização".

O sítio dos Perdigões é alvo de escavações e estudos arqueológicos há mais de 20 anos.

Em 2017, o arqueólogo Miguel Lago, da Era-Arqueologia, empresa responsável por escavações desenvolvidas no local, explicou à Lusa que o complexo, há mais cinco mil anos, seria um importante santuário para onde convergiam populações vindas de várias regiões, que aí realizavam rituais ligados à morte, ao culto dos antepassados e ao mundo simbólico.

Com origem no final do Neolítico, há cerca de 5.500 anos, o Povoado dos Perdigões terá durado até ao início da Idade do Bronze, há cerca de 4.000 anos, o que representa 1.500 anos de história, segundo dados do município.

Constituído por fossos concêntricos escavados na rocha, que culminam num centro geométrico, ocupando uma área total de 16 hectares, o complexo revelou uma necrópole e um recinto cerimonial megalítico, o que tem suscitado o interesse científico nacional e internacional.

Na Torre do Esporão pode ser visitado o museu que conta a história do povoado e onde estão expostas centenas de peças de alto valor arqueológico.

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