Autarca de Lousada substitui Joaquim Couto na Comissão Política Distrital do PS/Porto
Num comunicado que inicia com um paragrafo no qual a Federação socialista do Porto, atualmente presidida por Manuel Pizarro, sublinha estar "comprometida" com "os princípios da separação de poderes e da presunção de inocência", o PS/Porto avança que o presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, irá substituir Joaquim Couto, autarca que conhecerá esta tarde as medidas de coação às quais ficará obrigado.
O PS/Porto aponta também que "tem acompanhado com natural preocupação o desenvolvimento do processo em que é acusado o dirigente e autarca socialista Joaquim Couto", considerando "positiva a decisão tomada pelo próprio de renunciar à presidência da Câmara de Santo Tirso e aos cargos partidários que exerce".
No domingo à noite, Joaquim Couto renunciou à presidência da Câmara de Santo Tirso bem como a todos os cargos públicos e políticos que ocupa no Partido Socialista na sequência do seu envolvimento na operação "Teia".
A decisão do autarca do distrito do Porto foi comunicada pelo advogado Nuno Brandão, um dia depois de o Ministério Público ter pedido prisão preventiva para o autarca e para a mulher, a empresária Manuela Couto, ambos detidos desde quarta-feira nos calabouços da Polícia Judiciária do Porto. Conhecerão hoje as medidas de coação aplicadas pelo juiz de instrução Artur Guimarães.
O PS/Porto aponta que a renuncia a cargos "contribui para a criação de um clima de confiança que deve presidir à relação entre os cidadãos e as instituições públicas e políticas".
"O PS/Porto entende que estão reunidas as condições políticas e legais para que a governação da Câmara de Santo Tirso prossiga, devendo a presidência ser assumida pelo atual vice-presidente, Alberto Costa", uma decisão que também já foi confirmada, em comunicado, pela autarquia tirsense que é gerida por uma maioria socialista.
"O mesmo mecanismo de substituição deverá ser realizado na Comissão Política Concelhia do PS de Santo Tirso, que passará a ter como presidente Luís Freitas, militante socialista com largo percurso político, que foi já vereador e vice-presidente da Câmara do concelho", avança, ainda, o PS/Porto.
A operação "Teia" centra-se nas autarquias de Santo Tirso e Barcelos bem como no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e investiga suspeitas de corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, traduzidas na "viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto", segundo comunicado da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, o órgão de polícia criminal que apoia o Ministério Público neste caso.