Autarca de Castelo Branco é contra o encerramento da CGD em São Vicente da Beira
"Como já disse, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) de São Vicente da Beira é necessária e não podemos estar de acordo. Temos que estar contra o seu encerramento e também de todos os serviços que são importantes para as pessoas da nossa região", afirmou o presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia (PS).
O autarca, que falava durante a sessão pública do executivo, explicou que há muito tempo que o balcão de São Vicente da Beira é "ameaçado" pelo encerramento e adiantou que tem procurado fazer contactos com a administração da CGD e tentar arranjar uma solução sobre o assunto.
"Isso passa também por contactos com outros bancos para ali abrir uma agência. Mas, o único banco público é a CGD e devia ter mais sensibilidade para estas questões", frisou.
A vereadora socialista Maria José Batista acusou os vereadores sociais-democratas de terem uma "atitude demagógica" relativamente a esta matéria.
A socialista recordou aquilo que o presidente do município disse sobre eventuais medidas de retaliação à CGD, caso o balcão seja fechado naquela freguesia do concelho de Castelo Branco: "Isto sim é estar com as pessoas".
O banco público já fez saber que pretende encerrar este ano 70 agências, a maioria já este mês e nas áreas urbanas de Lisboa e Porto.
A CGD não indicou quantas são exatamente as agências que fecharão até final de junho nem onde se situam.
A CGD tinha 587 agências em Portugal no fim de 2017 e quer chegar ao final deste ano com cerca de 517.
A redução da operação da CGD, incluindo o fecho de 180 balcões em Portugal até 2020, foi acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia como contrapartida pela recapitalização do banco público feita em 2017.
Segundo informações recolhidas pela Lusa nas últimas semanas, entre as agências da CGD que irão fechar estão São Vicente da Beira (Castelo Branco), Darque (Viana do Castelo), Grijó e Arcozelo (Gaia), Pedras Salgadas (Vila Pouca de Aguiar), Prior Velho (Loures), Alhandra (Vila Franca de Xira), Abraveses e Rua Formosa (Viseu), Louriçal (Pombal) e Avanca (Estarreja).
Na reunião de hoje, o vereador do PSD Carlos Almeida trouxe à discussão o assunto da assinatura de contratos com uma empresa detida pelo pai do presidente do executivo socialista e questionou o autarca se, "além dos contratos que vieram a público, assinou mais contratos no mandato anterior ou no atual, com familiares seus até terceiro grau, com uma quota igual ou superior a 10%".
Luís Correia explicou que já prestou os esclarecimentos que tinha a prestar em relação a esse assunto: "Os senhores tomam as posições que entenderem. Os esclarecimentos foram ditos e assumidos".
Carlos Almeida insistiu e defendeu que quando se desempenham serviços na causa pública há um conjunto de obrigações e deveres perante os que são servidos.
"A questão que coloquei foi muito objetiva e prende-se com atos praticados na esfera política", sublinhou.