Ativista dos direitos civis acusada de fingir ser afro-americana

Os pais de Rachel Dolezal, que se identifica como afro-americana, dizem que a ativista de 37 anos é branca e chegaram mesmo a partilhar fotografias da sua juventude com o cabelo louro e a tez clara.
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Uma ativista dos direitos civis norte-americana, que dirige um ramo de uma organização contra a discriminação, foi acusada de se fazer passar por afro-americana, apesar de ser branca. A acusação é dos pais biológicos de Rachel Dolezal, que se identificam como brancos, com antepassado de origem alemã e checa, enquanto a filha se identifica como sendo de origem afro-americana, caucasiana e nativo-americana.

Rachel Dolezal é presidente da filial de Spokane da associação NAACP, uma organização ligada aos direitos das minorias étnicas dos Estados Unidos. Os seus pais biológicos disseram à televisão local de Spokane que embora Dolezal se identifique publicamente como afro-americana, a ativista de 37 anos é de ascendência caucasiana.

"A Rachel tem querido ser alguém que não é. Escolheu não ser ela própria, mas representar-se como uma mulher afro-americana ou uma pessoa bi-racial, e isso simplesmente não é verdade", disse a mãe de Dolezal, Ruthanne Dolezal, ao canal KREM 2 News. Os pais disponibilizaram ao canal de televisão, e também ao jornal The Spokesman Review, fotografias de Dolezal quando era criança e no seu casamento com cabelo louro e a tez mais clara do que se apresenta hoje, assim como uma certidão de nascimento que comprova que são os pais biológicos da ativista.

Ao mesmo canal de televisão, Rachel Dolezal defendeu que não considera os seus pais biológicos os seus pais verdadeiros, e que já não está em contacto com eles devido a um problema legal na família. No entanto, admitiu que a questão era "complexa" e que teria que abordar o tema com a comunidade que representa, em Spokane, na organização de defesa de minorias. Dolezal é uma figura frequentemente consultada nos média locais acerca de temas relacionados com a discriminação.

De acordo com o casal Dolezal, Rachel começou a "mascarar-se" após se ter divorciado do marido, em 2004. A controvérsia à volta da identidade racial de Dolezal começou no princípio deste ano, quando uma fotografia que mostrava Dolezal com um homem afro-americano o identificava como o seu pai.

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Numa entrevista com a televisão KXLY4, Dolezal não respondeu diretamente à pergunta de se o seu pai era afro-americano, e quando lhe foi perguntado se os seus pais eram brancos, a ativista tirou o microfone e saiu da frente da câmara.

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A organização NAACP (Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor) fui fundada em 1909, para combater a discriminação contra as minorias étnicas, usando propositadamente o termo antiquado "pessoas de cor".

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