O dia em que Salazar sofreu um atentado

O infame atentado - felizmente frustrado - contra Salazar, a 4 de julho, deixou uma cratera em plena Avenida Barbosa du Bocage. A bomba fazia destaque de capa desta edição do Diário de Notícias.
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A tentativa de derrubar o chefe do governo era para levar a sério, mas o destino escolhera um final diferente. Uma bomba de dinamite explodira junto à capela onde Salazar ia à missa todos os domingos no instante em que se apeava do carro.

Às 10.25, um estrondo aterrava os moradores das Avenidas Novas. Na Barbosa du Bocage, o buraco no chão mostrava que os opositores do regime não brincavam. "Felizmente, o Presidente do Conselho e o seu chefe de gabinete, que o acompanhava, não foram atingidos", noticiava o DN, depois de o próprio Salazar ter afirmado, em discurso perante uma "manifestação apoteótica" na celebração dos seus cinco anos na chefia do governo: "Não há dúvida, somos indestrutíveis! Porque a Providência assim o destina e na Terra vós o quereis."

António de Oliveira Salazar havia de ficar à frente do país ainda durante décadas. Só em 1968, enfraquecido pela doença, seria afastado do poder. Morreria dois nos mais tarde, aos 81, sem chegar a desconfiar que já não era Presidente do Conselho.

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